O socialista Pedro Silva Pereira defendeu que, se a direção de Seguro antecipa riscos de crise política, o próximo congresso do PS deverá realizar-se antes das eleições autárquicas.
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Pedro Silva Pereira falava aos jornalistas na Assembleia da República, reiterando uma posição que assumiu em entrevista à Rádio Renascença.
«Se o PS antecipa o risco de uma crise política da responsabilidade do Governo, por um problema de consistência da coligação, então talvez seja melhor que o congresso seja antes das eleições autárquicas. Não estou a falar de um congresso extraordinário, nem de um congresso antecipado. É um congresso que tem de acontecer este ano», frisou o ex-ministro da Presidência dos governos de José Sócrates.
Nas declarações que fez aos jornalistas, Pedro Silva Pereira recusou que tenha feito críticas sobre uma alegada impreparação do PS para assumir responsabilidades governativas.
«O secretário-geral do PS anunciou que ia antecipar os calendários para a apresentação das propostas políticas do partido. Isso significa que o PS sabe bem que tem de fazer mais trabalho em cima do trabalho feito para aparecer como uma alternativa consistente e credível junto dos portugueses», justificou.
Interrogado, depois, se as posições que assumiu em entrevista à Rádio Renascença podem ser encaradas como uma pressão em relação à direção de António José Seguro, o ex-ministro da Presidência também rejeitou.
«Não há nenhuma pressão e as interpretações quem quiser fazê-las pode fazer. O que disse é convergente com o que disse também o secretário-geral do PS», sustentou.
De acordo com Pedro Silva Pereira, a sua posição deve ser antes entendida como uma «confirmação do que resulta dos calendários do PS no que respeita ao congresso, que tem de acontecer este ano».
«É também uma confirmação no que respeita à decisão do secretário-geral [António José Seguro] no sentido de antecipar os calendários de apresentação de propostas políticas, através do Laboratório de Ideias (LIPP)», argumentou.
Questionado se, no congresso do PS, vê com bons olhos que apareçam candidaturas alternativas à da atual direção, Pedro Silva Pereira deu a seguinte resposta: «Isso depende dos próprios militantes do PS».
«Depende da decisão de cada um», acrescentou.