Com o aluimento de terras, não foi só a distância entre duas localidades que aumentou.
Corpo do artigo
Daniel Barradas faz contas de cabeça. "Pegava no carro em Borba e em cinco minutos estava em Vila Viçosa", conta à TSF.
As frequentes viagens ao concelho vizinho eram feitas pela estrada que esta segunda-feira desabou. Mas, a partir de agora, de cada vez que for ao banco ou ao supermercado vai demorar mais do dobro tempo.
TSF\audio\2018\11\noticias\21\17_roberto_dores
"Tinha o hábito de ir por esta estrada. Eram só quatro quilómetros até Vila Viçosa, mas agora é preciso começar a ir pela variante e são mais de dez quilómetros", diz, apontando em direção ao centro da cidade, para explicar como o trajeto mais que duplicou, depois da queda da linha quase reta que ligava os dois concelhos pela antiga Estrada Nacional 255. A mesma que há 13 anos seria desclassificada, passando para a gestão da autarquia.
"É preciso sair de Borba, percorrer metade da variante, que entra ali na zona da autoestrada, sair no desvio para Bencatel e voltar a entrar de novo para o centro da Vila Viçosa, que é um bom bocado ainda", descreve à TSF.
Com Vila Viçosa mais distante, Daniel Barradas admite que vai ser obrigado a rever algumas rotinas familiares, apesar do concelho vizinho exibir maior oferta de serviços face à de Borba. Cita os exemplos do banco do qual é cliente e do tribunal, mas também da variedade encontrada nos três supermercados. "Borba só tem um", diz.
E quanto ao piso? Nunca se sentiu desconfortável. Daniel Barradas olha para para o fundo da estrada, manchada pela tragédia de segunda-feira, para garantir que está tão familiarizado com aquele empedrado, que fazia caminhadas diárias até à pedreira que por estes dias tem sido notícia pela derrocada que provocou duas mortes e três desaparecidos.
Mesmo percorrendo uma berma estreita onde mal cabiam duas pessoas.