Pela primeira vez em Portugal, a PJ desmantelou um laboratório de extração de cocaína
A Polícia Judiciária anuncia que desmantelou um laboratório de extração de cocaína, o primeiro em Portugal e caso raro também na Europa. A cocaína estava escondida em garrafas de cachaça.
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Em comunicado a Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes revela que este laboratório funcionava numa moradia, numa zona balnear perto de Lisboa, que não é identificada. Era aqui que faziam a extração do cloridrato de cocaína, que estava dissolvido em garrafas de cachaça importadas do Brasil.
A judiciária diz que este é um processo muito complexo, exige especiais conhecimentos de química, tendo, pela primeira vez, sido apreendidos documentos com informação detalhada sobre o modo de efetuar tal extração, adianta a PJ.
Há apenas notícia de um laboratório com características idênticas descoberto em 2012.
Na operação foram apreendidos cerca de 7,5 quilos de cocaína pronta a comercializar, bem como produtos de corte, percursores, todo o equipamento necessário ao processo químico de extração do cloridrato de cocaína e a sua preparação para venda no mercado ilícito de estupefacientes, e, ainda, uma viatura topo de gama.
Estima-se que a intervenção da PJ evitou que fossem extraídos cerca de 40 a 50 quilos de cloridrato de cocaína de elevado grau de pureza, pronto a comercializar.
As investigações começaram no início de 2015, em colaboração com as autoridades brasileiras, o que permitiu localizar e desmantelar o laboratório, tendo sido detidos quatro homens, dois de nacionalidade portuguesa e dois estrangeiros.
Os quatro detidos, com idades entre os 32 e os 48 anos, foram submetidos a primeiro interrogatório judicial, tendo-lhes sido aplicada a medida de coação de prisão preventiva.
Entretanto, a vertente da organização criminosa que operava no Brasil foi igualmente desmantelada, também numa operação desencadeada esta semana pela Polícia Federal brasileira, denominada Operação Cardume.
Na Operação Cardume foram cumpridos 28 mandados de prisão, realizadas 47 buscas e apreendidos numerosos bens móveis e imóveis, bem como contas bancárias, algumas tituladas por cidadãos de nacionalidade portuguesa.