Em apenas duas fiscalizações, a GNR encontrou 375 aves mortas apanhadas enquanto estavam a dormir nas oliveiras. Quercus fez contas e chegou a números anuais muito maiores.
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Em duas ações de fiscalização feitas no início do ano, o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana (GNR) detetou 375 aves mortas em apanhas noturnas de azeitona, com máquinas, em olivais superintensivos. O processo que corre no Ministério Público foi consultado pela Quercus, que fala num crime de atentado contra a natureza que tem de ser punido.
Algumas das espécies de aves atingidas incluem o tordo-comum, a milheirinha, o lugre, o pintassilgo-comum, o verdilhão, o tentilhão-comum e a toutinegra - todas elas espécies protegidas apanhadas nas oliveiras enquanto estavam a dormir.
Nuno Sequeira, vice-presidente da Quercus, explica à TSF que, pelas contas que fazem, com base nestas 375 aves mortas em apenas duas ações de fiscalização, numa "estimativa bastante conservadora", por época de colheita de azeitona, morrerão entre 70 mil a 100 mil aves.
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A associação ambientalista exige ao Governo que proíba a apanha noturna de azeitona, sublinhando que as espécies mortas são, em muitos casos, protegidas.
Segundo a Quercus, estes números comprovam outro dos grandes problemas ambientais causados pelas práticas do olival intensivo e superintensivo "que, nas últimas décadas", segundo os ambientalistas, "se tem instalado descontroladamente na Península Ibérica".
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