Perante "resposta indiferente e inaceitável" do Governo, Bombeiros Sapadores manifestam-se a 2 de outubro
Numa resposta enviada à TSF, o Ministério da Administração Interna adianta que o Governo está a desenhar um projeto que tenha em conta as expectativas do setor. Já o presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores afirma desconhecer os planos do Ministério
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O Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS) vai realizar uma manifestação nacional em Lisboa a 2 de outubro devido aos "graves problemas" e à "resposta indiferente e inaceitável" do Governo.
Numa resposta enviada à TSF, o Ministério da Administração Interna adianta que o Governo está a desenhar um projeto que tenha em conta as expectativas do setor e refere ainda que, depois de ouvida a Associação Nacional de Municípios, o Ministério está a desenvolver uma proposta de estatuto profissional dos Bombeiros Sapadores.
Ouvido pela TSF, o presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores afirma desconhecer os planos do Ministério. Ricardo Cunha espera ainda um contacto do Governo.
"Pode sempre se quiser tentar chegar à conversa com os sindicatos e a perguntar o que está a fazer ou aquilo que não está a fazer, que acredito mais que não esteja a fazer do que a fazer. Acho que o Governo está a tentar fazer aquilo que os outros governos têm feito ao longo dos últimos 20 anos. É dizer: 'Vamos fazer, tenham calma que estamos a prometer que vamos fazer.' Isto vai ser uma realidade e vão passando os anos, já lá vão 22 anos. Um bombeiro sapador, há 22 anos, ganhava duas vezes e meia um ordenado mínimo nacional. Havia muita gente a querer entrar nesta carreira, hoje em dia ganhamos pouco mais de 150 euros do que o ordenado mínimo nacional e não há ninguém a querer entrar na carreira, ou seja, qualquer dia, não há bombeiros sapadores", explica à TSF Ricardo Cunha.
"A manifestação tem como objetivo mostrar que os bombeiros sapadores não estão contentes com o Governo, que faltou à palavra", disse à Lusa o presidente do SNBS, Ricardo Cunha, relembrando que os secretários de Estado da Proteção Civil e da Administração Local comprometeram-se em reunir com os representantes do sindicato até junho, mas tal não aconteceu.
Em causa está o aumento salarial, que já tinha sido prometido pelo anterior Governo socialista.
Ricardo Cunha disse que os bombeiros sapadores exigem um aumento salarial para compensar a subida da inflação, idêntico ao que foi dado em 2023 pelo anterior Governo aos polícias, de cerca de 100 euros.
Em comunicado, o sindicato refere que, desde o início do processo, o SNBS tentou "o diálogo e a procura de soluções".
"No entanto, a atitude da tutela, ao ignorar completamente os nossos apelos, revela não só desinteresse, mas também a intenção de prolongar os problemas, demonstrando uma total falta de respeito e consideração por este corpo especial da função pública. Perante esta realidade inacreditável, o executivo de Luís Montenegro não nos deixou outra opção senão avançar para uma luta aberta e exigir, nas ruas, as condições de trabalho e a dignidade de carreira que nos são devidas", refere ainda o sindicato.
Segundo esta estrutura, no país existem cerca de 3000 bombeiros sapadores em 25 municípios.
