Perda súbita de olfato ou paladar é agora suficiente para ser caso suspeito de Covid-19
Médicos aplaudem nova norma da DGS.
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A perda súbita de olfato ou de paladar passa a ser suficiente para que uma pessoa passe a ser considerada um caso possível, suspeito, de Covid-19, e colocada em isolamento. A norma foi atualizada esta segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
O critério já era seguido por vários médicos, passando a estar escrito numa norma que revoga uma orientação antiga da mesma DGS, com data de março, do início da pandemia.
A norma diz que basta que qualquer pessoa apresente um de cinco sintomas para ser considerada um "caso possível" de Covid-19.
Entre esses critérios passa a estar incluída a perda súbita de cheiro ou a perda igualmente súbita de paladar, ou seja, não pode ser um problema que o paciente já antes tinha por qualquer outra causa.
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Os outros três critérios para ser considerado um caso suspeito de infeção incluem a tosse ou o agravamento de uma tosse que já existia há mais tempo, febre acima dos 38 graus sem causa aparente e dificuldade respiratória também sem razão conhecida.
Outra das novidades da norma da DGS é a definição de caso confirmado (e não apenas possível) do coronavírus: antes era preciso um tradicional teste RNA, mais complexo; agora passa a ser suficiente um teste rápido de antigénio com resultado positivo.
O presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar diz à TSF que as mudanças feitas pela DGS fazem sentido pois há muitos doentes em que o único sintoma é mesmo a perda súbita de cheiro ou de paladar.
Rui Nogueira detalha que muitos médicos já seguiam este critério para identificar um caso suspeito, que a seguir passará para um isolamento de 14 dias e a fazer um teste, mas é positivo que esse critério passe a estar explicito numa norma da autoridade de saúde pública.
"Esta perda ou alteração do sabor ou do cheiro é muito importante e com frequência são sinais são pouco valorizados pelas pessoas pelo que é muito importante esta valorização" agora feita pela DGS, explica o representante dos médicos de família que acompanham mais de 90% dos casos positivos de SARS-CoV-2.
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