O Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo mostra-se preocupado com a possibilidade de surgimento de movimentos "inorgânicos radicais".
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José Manuel Anes, especialista em assuntos de segurança e defesa, do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, alerta para o perigo de movimentos radicais na manifestação desta quinta-feira das forças de segurança.
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"Agora está um pouco na moda, com os coletes amarelos em França e o Tsunami Democrático na Catalunha, e destes movimentos sabe-se quando começam e não se sabe quando e como acabam", avisa José Manuel Anes, ouvido esta manhã no Fórum TSF.
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O especialista em assuntos de segurança e defesa admite que está receoso quanto à extrapolação deste movimento: "Este é para mim, como analista destes fenómenos de segurança, um sinal de preocupação. Não gosto muito destes movimentos inorgânicos, que já mostraram alguma posição de confrontação e de movimento alternativo aos sindicatos e às associações profissionais."
No dia em que temos polícias a pôr em causa decisões dos tribunais, não sobra mais nada do Estado de direito.
Para José Manuel Eanes, no entanto, o maior perigo reside no final das ações, quando os agentes começarem a dispersar. "Não é durante os protestos, mas no final das manifestações, quando as pessoas começam a desmobilizar, e surgem estes grupos radicais que fogem do quadro da ordem e do bom comportamento destas manifestações que são mais do que justas, mais do que legítimas", concretiza.
O jornalista Daniel Oliveira comunga da mesma opinião quanto ao surgimento de movimentos alternativos. Ouvido no Fórum TSF, diz mesmo que "não se admite que existam movimentos clandestinos que promovam a indisciplina nas forças de segurança, que passem mensagens que são contrárias aos valores constitucionais que a polícia e as forças de segurança juram e devem obedecer".
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Na perspetiva do cronista, estas ações "põem em causa decisões dos tribunais", e, "no dia em que temos polícias a pôr em causa decisões dos tribunais, não sobra mais nada do ponto de vista do Estado de direito".
"Estes movimentos clandestinos têm como principal função reduzir a força dos sindicatos", reforça.
* com Manuel Acácio