Perigos das alterações climáticas. Há zonas da Grande Lisboa em risco iminente
Há áreas que necessitam de intervenções urgentes, mas a Comissão Executiva da Área Metropolitana de Lisboa prefere não identificá-las, para "evitar alarmismos".
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A Comissão Executiva da Área Metropolitana de Lisboa considera que há áreas da Grande Lisboa que estão em risco iminente e que precisam de ser alvo de intervenções urgentes já no próximo ano. O aviso surge depois de terem sido conhecido, esta sexta-feira, o Plano Metropolitano de Adaptação às Alterações Climáticas da Área Metropolitana de Lisboa.
O documento traça o cenário para os 18 municípios das duas margens do Tejo, durante as próximas décadas, e prevê 50 medidas para atenuar esses efeitos das mudanças climáticas.
Em declarações à TSF, o primeiro-secretário da Comissão Executiva Metropolitana de Lisboa, Carlos Humberto, identifica as "quatro grandes vulnerabilidades" da cidade de Lisboa no futuro: "temperaturas elevadas, cheias/inundações, secas e a subida do nível médio do mar".
Carlos Humberto afirma que estes são os problemas que devem levar a uma ação preventiva, na região da Grande Lisboa, mas há áreas em que é necessária uma "intervenção urgente".
"Há zonas em que é iminente intervir já em 2020", admite Carlos Humberto, que ressalva que as zonas em causa não serão identificadas, de modo a "evitar alarmismos".
O responsável da Comissão Executiva da Área Metropolitana de Lisboa aponta a necessidade de intervenções como: a travagem da construção "nas margens do Tejo e do Sado", a aposta em "mais zonas verdes", a revisão de "todo o sistema de saneamento", a construção de "elementos que podem guardar a água em momentos de intensidade de chuva" e a preparação do território com "descarregadores de tempestade".
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O aumento dos fogos florestais, cheias e inundações, ondas de calor e secas são algum dos efeitos perigosos das alterações climáticas previstos no Plano Metropolitano de Adaptação às Alterações Climáticas da Área Metropolitana de Lisboa.
No pior cenário, a temperatura média na Área Metropolitana de Lisboa pode subir 3,2 graus até 2100, com mais 35 dias muito quentes durante o ano, mais 34 noites com temperaturas consideradas tropicais e menos 17,3% de chuva.
Prevê-se que, a médio e longo prazo, o setor da saúde humana seja um dos mais afetados, com o potencial aumento da mortalidade, associado aos eventos extremos de calor, afetando sobretudo os grupos de população mais vulneráveis (idosos, doentes crónicos) e com menor capacidade de adaptação.
*com Nuno Guedes e Cristina Lai Men