O homem de nacionalidade indonésia foi transportado para o Hospital de São João, no Porto, e encontra-se "estável".
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A Marinha Portuguesa resgatou na quarta-feira, a 167 quilómetros da costa de Vila do Conde, um pescador mordido por um tubarão-azul que foi encaminhado para o Hospital de São João, no Porto, onde esta quinta-feira se encontra "estável".
O homem, de 35 anos e nacionalidade indonésia, estava a bordo da embarcação de pesca "Vila do Infante".
Em comunicado, a Marinha revela esta quinta-feira que o homem "se encontrava com uma abundante perda de sangue" e teve de ser resgatado de helicóptero "a cerca de 90 milhas náuticas, o equivalente a cerca de 167 quilómetros, a oeste de Vila do Conde", no distrito do Porto.
"A embarcação de pesca efetuou um pedido de auxílio, pelas 19h32 [de quarta-feira], por chamada telefónica, relatando que havia um tripulante a bordo que tinha sido mordido por um tubarão-azul e que se encontrava com uma abundante perda de sangue. De imediato foi informado o CODUMAR que efetuou a avaliação do estado da vítima, considerando a situação como um resgate médico urgente", lê-se no comunicado publicado esta quinta-feira no 'site' da Marinha Portuguesa.
De acordo com a Marinha, "tratando-se de um resgate médico urgente, foi empenhada a aeronave EH-101 da Força Aérea Portuguesa para efetuar o resgate e o transporte até ao Aeroporto de Sá Carneiro, tendo aterrado no mesmo pelas 23h29".
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À Lusa, fonte do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) indicou que o pescador está no Serviço de Medicina Intensiva "em estado considerado estável".
Uma espécie "tímida" que não costuma ser territorial
Em declarações à TSF, o biológico marinho Élio Vicente explica que a presença do tubarão-azul em águas portuguesas é mais comum do que possa pensar-se.
"Esta é uma espécie que a maior parte de nós conhece como tubarão azul ou tintureira, é um animal muito comum", aponta.
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Podendo chegar aos três metros de comprimento, "este é um animal profundamente elegante" e "ágil", destaca ainda Élio Vicente.
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"Eles vagueiam pelos oceanos, alguns deles fazem migrações bastante longas e se poderão ser territoriais no sentido que regressam com frequência a áreas de reprodução ou de alimentação. Agora, no seu dia-a-dia, não só não são territoriais no contexto que estamos habituados, como ainda por cima são, de uma forma geral, animais muito tímidos" que "raramente interagem com os humanos".
A maioria dos acidentes que envolvem tubarões-azuis ocorre num contexto de pesca, por exemplo, se o animal ficar preso nas redes, nota o biólogo.