Em causa estão novas zonas de exploração em Viana do Castelo, Leixões, Figueira da Foz, Ericeira e Sines.
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Representantes de 15 associações de armadores, organizações de produtores e sindicatos, reuniram esta terça-feira em Viana do Castelo, para analisar o impacto das cinco novas áreas de implantação de parques eólicos offshore, que atualmente estão em consulta pública.
Entendem que, a avançar tal como está a ser proposta, a nova área equivalente "a 320 mil campos de futebol", pode provocar "o maior deserto oceânico do mundo" em Portugal, e condenar as comunidades piscatórias das zonas abrangidas a desaparecer.
Em causa estão novas zonas de exploração em Viana do Castelo, Leixões, Figueira da Foz, Ericeira e Sines, que totalizam 3393,44 km2 de espaço marítimo nacional.
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"Todo o setor esteve presente aqui em Viana do Castelo, juntamente com os sindicatos. Queremos mostrar a nossa indignação. Sentimos que o senhor Diretor Geral das Pescas traiu o setor", afirmou Francisco Portela Rosa, porta-voz das organizações reunidas em Viana do Castelo, referindo o facto de estas não terem sido envolvidas no processo de criação do mapa das novas zonas de implantação de energias renováveis.
A audição pública está em curso desde 30 de janeiro até 10 de março (durante 30 dias úteis). O setor das pescas queixa-se que "não foi tido nem achado" no processo e vai pedir com "uma audiência com caráter de urgência", na Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas.
Em declarações aos jornalistas após reunião dos representantes do setor, aquele responsável afirmou que não são conhecidos estudos do impacto socioeconómico e ambiental que terão as áreas propostas entre Viana do Castelo e Sines.
Contesta a localização das cinco novas áreas, em consulta pública, pela sua sobreposição "a pesqueiros de todas as principais artes de pesca usadas em Portugal, do Norte a Sul da Costa Atlântica, ao largo de Viana do Castelo, Leixões, Figueira da Foz, Peniche e Ericeira, Setúbal e Sines.
"Estamos extremamente preocupados atendendo a que, esta experiência que tivemos em Viana do Castelo [primeiro parque eólico em Portugal, WindFloat, instalado desde 2019]. Cerca de uma milha ao redor não há fauna", acusou Francisco Portela Rosa, referindo que os 320 mil hectares previstos para exploração equivalem "ao território todo dos Açores e da Madeira" e, a avançarem, Portugal passaria "a ter talvez o maior deserto oceânico do mundo, porque ali nada sobrevive para além das eólicas".
Afirmou ainda que as comunidades piscatórias das vilas e cidades, abrangidas, "estão condenadas a desaparecer".
A audição pública está em curso desde 30 de janeiro até 10 de março (durante 30 dias úteis). O setor das pescas queixa-se de que "não foi tido nem achado" no processo e vai pedir com "uma audiência com caráter de urgência", na Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas.