O que sabem foi porque tomaram a iniciativa de contactar as companhias aéreas, para saberem os procedimentos a adotar, perante um caso suspeito de infeção de coronavírus entre os passageiros de um voo. O pessoal de voo lamenta o silêncio da maioria das companhias aéreas e admite que há alguma apreensão.
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O Sindicato Nacional de Pessoal de Voo da Aviação Civil admite haver já alguma apreensão e lamenta que, por iniciativa própria, nenhuma companhia aérea tenha feito chegar informação sobre o coronavírus que surgiu na China. Até agora, apenas a Portugália enviou um conjunto de dados da Direção-Geral da Saúde e a TAP prometeu, esta quinta-feira, fazer o mesmo. O silêncio das restantes companhias aéreas está a preocupar o pessoal de voo, que se sente exposto à epidemia durante o período de trabalho.
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Henrique Martins, presidente do Sindicato, revela, em declarações à TSF, que foi esta estrutura quem deu o primeiro passo.
"O sindicato tomou a iniciativa junto das empresas de perguntar-lhes o que é que elas tencionam fazer em relação a esta situação com que nos deparamos. Até ao momento, só a Portugália é que enviou um comunicado com indicações da Direcção-Geral da Saúde, a TAP comprometeu-se hoje a fazer exatamente a mesma coisa. Quanto ao resto, das outras companhias, ainda não obtivemos qualquer resposta."
Questionado se existe alguma apreensão entre o pessoal de voo, Henrique Martins responde, de imediato, "claro que sim", acrescentando "nós transportamos passageiros que vêm de todas as partes do mundo. As companhias aéreas a operar em Portugal voam para várias partes do globo e com passageiros que fazem imensas ligações. E realmente existe um sentimento de alguma apreensão".
Apesar de já ter recebido algumas informações gerais sobre o coronavírus, o presidente do Sindicato Sindicato Nacional de Pessoal de Voo da Aviação Civil diz que não chega. Henrique Martins espera que não tardem mais detalhes. Os trabalhadores querem saber como devem atuar perante um caso suspeito a bordo de um avião, recordando que com o SARS foi isso que aconteceu.
"Esperamos que em breve sejam disponibilizadas, como já aconteceu no passado com a SARS, informações mais detalhadas, porque precisamos de saber com mais certeza os procedimentos e os equipamentos a bordo com que vamos ter que nos habituar a trabalhar neste próximos tempos."
O Sindicato Nacional de Pessoal de Voo da Aviação Civil representa cerca de quatro mil trabalhadores.