Pessoas a "passear" cães que não têm? Mostrar boletim de vacinas "devia ser obrigatório"
Liga Portuguesa dos Direitos do Animal pede mais fiscalização e sanções a falsos "donos" de animais de estimação.
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A Liga Portuguesa dos Direitos do Animal (LPDA) defende que deve ser obrigatório os donos de cães andarem com o boletim de vacinais dos animais, nesta nova fase do confinamento.
Em declarações à TSF, a presidente da LPDA, Maria do Céu Sampaio, explica que a medida seria uma forma de evitar abusos, como o que foi relatado pelo presidente da Câmara Municipal de Barcelos. O autarca denunciou o aluguer de cães, para os levar a passear à rua, conseguindo assim um pretexto para escapar ao confinamento.
Maria do Céu Sampaio mostra-se incrédula perante estes casos. "Eu não acredito, mas, ao mesmo tempo, no país que estamos, em que as pessoas não cumprem minimamente num caso tão grave, já nada me custa a acreditar que nada seja verdade", comenta.
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A presidente da Liga Portuguesa dos Direitos do Animal considera que "as pessoas deviam circular acompanhadas do respetivo boletim do animal". "Devia ser obrigatório", sublinha.
Maria do Céu Sampaio pede um reforço na fiscalização, para a contenção da Covid-19.
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"Quando as entidades policiais veem uma pessoa com um cão, porque é que não pedem o documento do cão?", questiona. "Tem de haver uma fiscalização rigorosa nesse sentido. Quando estas pessoas são apanhadas, tem de se lhes aplicar sanções, porque isto não é uma brincadeira", frisa Maria do Céu Sampaio.
Já o bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários considera que, a ser aplicada, a medida seria exagerada e ineficaz.
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Ouvido pela TSF, Jorge Cid recorda que, geralmente, um animal pertence sempre a mais do que uma pessoa, pertence a uma família.
"Parece-me que isso é um exagero, na medida em que o boletim do animal tem um proprietário - e num agregado familiar, normalmente, são todos considerados "donos" do animal", nota o bastonário. "Isso faria com que fosse só possível a pessoa que tem o animal em seu nome ir com ele à rua - e até, eventualmente, essa pessoa pode nem poder ir, por estar confinada, ou doente, ou por qualquer outro motivo. Portanto, não me parece razoável", declara.
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O bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários acredita que os "casos dos alugueres [de animais de estimação] serão muito pontuais", embora admita que, perante o confinamento, exista "uma maior apetência para as pessoas irem passear os seus animais".
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Notícia atualizada às 12h11