"Pessoas sem palavra." Sapadores-bombeiros desconvocam greve de dia 15 para que Governo não desmarque reunião
Em declarações à TSF, Ricardo Cunha acusa o Executivo liderado por Luís Montenegro de ter um comportamento "ditatorial" nas negociações. O que tem feito, até agora, é "legalizar a escravatura"
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O Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS) desconvocou a greve e a manifestação que estavam agendadas para o dia 15 de janeiro. O presidente daquela estrutura sindical, Ricardo Cunha, explica à TSF que a decisão surge para evitar que o Governo encontre "um estratagema" para cancelar a reunião marcada para o dia seguinte, 16 de janeiro.
O SNBS, representante de mais de metade dos profissionais da área, não foi convocada para as negociações desta quinta-feira com o Executivo. Ricardo Cunha acusa o Governo de "quebrar o protocolo negocial" e espera uma explicação para esta divisão, admitindo novos protestos se não houver uma mudança de postura.
"O Governo tem tentado de várias maneiras desvalorizar a carreira e legalizar a escravatura: é colocar os bombeiros a trabalhar horas a fio sem receber, é não dar aumentos salariais. São pessoas sem palavra: dizem uma coisa para a comunicação social e, depois, na prática, fazem outra", atira ainda.
Dado isto, o dirigente sindical acredita que os governantes têm apresentado uma "postura ditatorial", algo com que "a casa da democracia, a Assembleia da República, não vai concordar".
O Governo e quatro sindicatos dos bombeiros retomam esta quinta-feira as negociações que tinham sido interrompidas a 3 de dezembro de 2024 devido aos protestos.