Instituições de vários países na Europa exige mais habitação social e medidas de combate à "financeirização" da habitação.
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Uma petição a nível europeu está a juntar vários países para exigir à Comissão Europeia medidas para garantir "habitação para toda a gente".
"Há uma degradação generalizada do direito à habitação em toda a Europa", lamenta em declarações à TSF Rita Silva, da associação Habita, uma das entidades envolvidas na iniciativa apresentada esta terça-feira em Lisboa.
"A situação está a ficar preocupante. Há um aumento enorme de pessoas em situação de sem abrigo" ou à procura de habitação pública social "que seja verdadeiramente acessível".
Rita Silva considera que problema se deve, em parte, aos "cortes aos apoios públicos à habitação social", à privatização e à liberalização do mercado, que leva a aumento dos preços das rendas e despejos.
"A habitação está a transformar-se num ativo financeiro, num bem de investimento de grandes fortunas e bancos", condena, perdendo a sua função social.
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Rita Silva lembra ainda que a habitação pública e acessível não é contemplada nos Fundos Estruturais nem de coesão social, enquanto, por outro lado, plataformas digitais dedicadas ao alojamento de curta duração têm conseguido ganhos significativos junto das instâncias europeias.
Nos próximos meses os promotores da petição europeia "habitação para toda a gente" vão percorrer o país de norte a sul, em para tentar angariar pelo menos 20 mil assinaturas portuguesas.
A petição pode ser assinada até março de 2020, altura em que será entregue em Bruxelas. A Comissão Europeia já aceitou a Iniciativa de Cidadania Europeia, pelo que se a proposta reunir um milhão de assinaturas no conjunto dos vários países o Parlamento Europeu terá de a apreciar.