O Procurador-Geral da República (PGR) lança críticas aos políticos, considerando que há prioridades a mais e meios de investigação a menos, pelo que a lei não pode ser cumprida.
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As criticas de Pinto Monteiro aparecem no relatório sobre as prioridades de investigação criminal, que foi entregue na semana passada na Assembleia da República.
O Diário de Noticias desta segunda-feira cita passagens do documento, no qual o PGR alerta para a necessidade de as orientações serem mais bem pensadas, para que «não se transformem num catálogo estático de crimes e de medidas, desligados da realidade, dos recursos e meios existentes».
Pinto Monteiro considera que a própria lei não faz uma seleção cientifica dos crimes e, por isso, defende a afirmação de verdadeiras prioridades, «sob pena de não se atingirem os objetivos pretendidos».
Até porque, diz ainda Pinto Monteiro, faltam meios técnicos e tecnológicos adequados. Por exemplo, o sistema informático tem problemas de segurança e de confidencialidade e não está articulado com a aplicação usada nos tribunais.
O PGR acrescenta que as diligências junto do Ministério da Justiça para tentar resolver o problema não tiveram qualquer resultado.
Com falta de meios e demasiados crimes na lista de prioridades, Pinto Monteiro admite que nem sequer conseguiu acompanhar a aplicação da lei no terreno.