"O vírus causa doença humana muito grave", alerta o ministro Manuel Pizarro, que reforça a recomendação de usar máscara "quando se está doente".
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O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, apelou esta segunda-feira à vacinação contra a gripe e Covid-19, em especial dos maiores de 60 anos, e alertou para a "grande virulência" do vírus da gripe A que está a circular no país.
"O vírus causa doença humana muito grave, não se sabe ainda inteiramente se se deve à própria natureza do vírus ou ao facto de que os anos de menor contacto social durante a pandemia tenha deixado as pessoas mais vulneráveis", explicou Pizarro aos jornalistas durante uma visita a Cantanhede para alargar o horário da consulta aberta no centro de saúde local e prever a possibilidade de acesso a exames no hospital local.
Assumindo-se "evidentemente" preocupado com o aumento dos internamentos por infeções respiratórias em unidades de Cuidados Intensivos, o ministro assinalou que a campanha de vacinação contra a gripe e a Covid "ainda não acabou, ainda estamos em pleno inverno e ainda há vacinas disponíveis", pelo que "todos os que têm mais de 60 anos e ainda não se vacinaram devem vacinar-se".
Questionado sobre medidas a adotar para combater a transmissão da doença, sublinhou que a Direção-Geral da Saúde está a acompanhar "muito atentamente a evolução desta gripe sazonal", mas que há recomendações que se mantêm: "São para as pessoas que estão doentes seguirem aquilo que espero que tenhamos todos aprendido com a pandemia, mas que às vezes vejo que alguns já se esqueceram. Quando se está doente deve-se usar máscara, deve-se lavar as mãos, as pessoas não devem estar tão próximas porque é uma obrigação que têm em relação a proteger os outros."
Saber se o pico de infeções já foi atingido "é muito difícil", reconheceu o ministro, mas "a expectativa é que ele possa estar a ocorrer por estes dias", mas é preciso "ir vendo os números" e Pizarro afasta, para já, uma "recomendação generalizada" de uso de máscara.
Sobre a situação nas urgências hospitalares do país e o aumento das horas de espera, o ministro da tutela apontou que estas "foram-se transformando na principal porta de entrada do serviço de saúde e não faz nenhum sentido que seja assim", pelo que há necessidade de "valorizar meios alternativos" como o contacto com a linha SNS24 e a "criação ou fortalecimento de respostas na comunidade".
"Desde sábado que as coisas têm estado mais calmas e na esmagadora maioria dos hospitais estamos já com resposta dentro daqueles que são os tempos que ambicionamos, mas isso não pode fazer esquecer os dias anteriores e o volume excessivo de tempo que muitas pessoas tiveram de esperar", reconheceu.
Macas? "Incompreensível" que bombeiros tenham de ficar à espera
A preocupar o ministro da Saúde está também a ameaça da Liga dos Bombeiros de cobrar taxas pelas macas de corporações que fiquem retidas nos hospitais. A penalização pode chegar aos 300 euros se a retenção atingir as sete horas, sendo que os bombeiros ainda vão reunir-se esta segunda-feita com a direção executiva do SNS para tentar outra solução.
Caso não seja encontrada, a medida entra em vigor esta quarta-feira, mas o ministro da Saúde não deixa de assinalar dois acordos que, no último ano, "revalorizaram" a remuneração dos bombeiros "quer na emergência pré-hospitalar, quer no transporte de doentes não urgentes".
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Na esperança de que esses acordos "possam ser cumpridos e tenham contribuído para melhorar as condições com que as corporações de bombeiros prestam esse serviço aos portugueses e ao serviço nacional de Saúde", Pizarro classifica como "incompreensível" a origem do problema.
"O que eu acho que é mesmo incompreensível é que nós não sejamos capazes, em todos os hospitais, de organizar um sistema que evite que os bombeiros tenham de ficar à espera para que as suas marcas sejam disponibilizadas. E é isso que eu espero que verdadeiramente seja resolvido", desejou.