As obras falsificadas eram vendidas como se fossem originais de artistas plásticos como Paula Rego e Cargaleiro
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A Polícia Judiciária (PJ) deteve em flagrante um homem que tentava vender obras falsificadas como se fossem originais de artistas plásticos como Paula Rego e Cargaleiro e apreendeu 30 pinturas e esboços em Lisboa, confirmou, esta sexta-feira, o diretor da Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo, João Oliveira.
Num comunicado divulgado esta sexta-feira, a PJ explica que o homem, detido na semana passada, se dedicava à falsificação e comercialização de pinturas de artistas plásticos de renome há pelo menos dois anos, fazendo-se passar por médico para ganhar a confiança e credibilidade dos potenciais clientes.
A investigação, conduzida pela Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo, conseguiu apurar que com o ‘modus operandi’ utilizado o homem, de 56 anos, terá lesado pelo menos três pessoas em valores que ascendem as centenas de milhares de euros.
Durante as diligências realizadas no âmbito da operação denominada Tinta Fresca, a PJ localizou um espaço comercial, em Lisboa, que o suspeito utilizava como “atelier”, onde foram encontradas e apreendidas mais de duas dezenas de pinturas e esboços com assinaturas de artistas plásticos de renome como Paula Rego, Júlio Resende, Malangatana, Cargaleiro, Cesariny, Cruzeiro Seixas e Cutileiro.
Embora não tenha dados suficientes, em conferência de imprensa, João Oliveira, diretor da Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo, admite que a falsificação de obras de arte "pode estar a aumentar" um pouco por todo o mundo.
As obras apresentavam ”claros indícios de terem sido falsificadas” pelo detido, que tentava imitar o estilo de pintura e respetivas assinaturas dos artistas.
Foi ainda apreendido material de pintura que a PJ acredita ter sido utilizado nas falsificações. A PJ pediu ao Ministério Público que estas obras sejam declaradas perdidas a favor do Estado. Se assim for, as autoridades querem também que sejam expostas no museu da PJ.
O detido foi presente a primeiro interrogatório judicial e ficou obrigado a apresentar-se todas as semanas às autoridades e a pagar uma caução de cinco mil euros.
Notícia atualizada às 13h26
