Trata-se de um inspetor-chefe e de um antigo coordenador da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes. São suspeitos de facilitarem a entrada de cocaína em Portugal.
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Os dois elementos da Judiciária são suspeitos de receberem dinheiro e fornecerem informação, com o objetivo de fazer com que a PJ fechasse os olhos à chegada de "grandes quantidades" desta droga ao país.
Um dos detidos é Dias Santos. Esteve mais de trinta anos na Polícia Judiciária, onde coordenou a antiga Direção Central de Investigação do Tráfico de Estupefacientes (atual Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes).
A equipa que liderava prendeu, duas vezes, Franclim Lobo, que a PJ considera um dos maiores traficantes portugueses.
Dias Santos acabou afastado por causa de uma denúncia interna.
O outro elemento da Polícia Judiciária agora detido é Ricardo Macedo. Ainda no ativo, é Inspetor-Chefe da Unidade que combate o tráfico de droga. As suspeitas são as mesmas que recaem sobre Dias Santos.
Nesta operação "Aquiles", foram detidas outras treze pessoas. Os dados fornecidos à TSF descrevem-nas como "importantes figuras do tráfico internacional de droga". São todos portugueses.
Ao início da tarde, a PJ emitiu um comunicado em que não revela quaisquer identidades, mas adianta que os detidos são suspeitos de corrupção, branqueamento de capitais e tráfico de droga.
"A Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção - UNCC, com a colaboração de várias outras unidades, designadamente da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes - UNCTE, em inquérito titulado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal - DCIAP, desencadeou uma importante operação, no âmbito da qual foram detidos quinze homens, com idades compreendidas entre os trinta e nove e os sessenta e um anos, suspeitos da autoria dos crimes de corrupção ativa e corrupção passiva para ato ilícito, branqueamento de capitais e tráfico de estupefacientes", pode ler-se no comunicado divulgado pela força policial.
Esta operação mobilizou quase 250 elementos da Policia Judiciária, e ainda Magistrados Judiciais e do Ministério Público, tendo sido realizadas 120 buscas em todo o território nacional.
Os detidos irão ser presentes a um primeiro interrogatório judicial, a fim de determinar as medidas de coação, numa altura em que a recolha de provas ainda prossegue.