PJ: "falhas na fiscalização" permitiram a grupo traficar toneladas de canábis

A droga ter-se-á destinado aos mercados europeu e africano e a atividade duraria há alguns meses
Unsplash
Na operação desta terça-feira, foram detidos "vários suspeitos" de pertencer ao grupo criminoso e cumpridos "64 mandados de busca e apreensão de norte a sul do país" e na Madeira
O grupo visado esta terça-feira pela Polícia Judiciária (PJ) numa operação contra o tráfico usou "as falhas e vulnerabilidades do sistema de fiscalização e controlo de exportações de canábis medicinal em Portugal" para traficar toneladas de droga, indicou a força policial.
"A organização criminosa em causa, conhecendo as falhas e vulnerabilidades do sistema de fiscalização e controlo de exportações de canábis medicinal em Portugal, adquiria empresas farmacêuticas, depois criava sociedades comerciais licenciadas para o comércio por grosso, importação e exportação de canábis medicinal, acabando, na realidade, por enviar vários milhares de quilos de canábis para mercados ilícitos utilizando documentação e certificados falsos", refere, em comunicado, a PJ.
A droga ter-se-á destinado aos mercados europeu e africano e a atividade duraria há alguns meses.
Na operação desta terça-feira, foram detidos "vários suspeitos" de pertencer ao grupo criminoso e cumpridos "64 mandados de busca e apreensão de norte a sul do país" e na Madeira.
"Foram, igualmente, cumpridos mais seis mandados de busca em Espanha, um na Bulgária e outro em Chipre", informa a PJ.
A investigação começou no início de 2022, no âmbito da cooperação com as autoridades espanholas, e tinha, numa primeira fase, culminado na apreensão de "um total de cerca de 1200 quilos de anfetaminas (3-CMC e 3-MMC)".
O inquérito é titulado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal, tendo participado na operação "Erva Daninha" cerca de 300 inspetores, 48 peritos e 24 seguranças da PJ, seis magistrados do Ministério Público e três juízes.
As investigações prosseguem.
