
Leonardo Negrão/Global Imagens (arquivo)
Contactada pela TSF, a TAP refere apenas que não comenta processos judiciais e garante que colabora sempre com as autoridades nas investigações
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O diretor da Polícia Judiciária (PJ) confirmou esta terça-feira buscas à companhia aérea portuguesa TAP e à empresa de Transportes Barraqueiro numa investigação liderada pelo Departamento central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
"Estamos a dar todo o apoio e suporte [à investigação], por parte da Instituição, após solicitação do Ministério Público e do DCIAP, em particular", disse o diretor da PJ, Luís Neves.
Existem suspeitas de crimes como oferta de recebimento indevido de viagens, participação económica em negócio e burla qualificada.
Contactada pela TSF, a TAP refere apenas que não comenta processos judiciais e garante que colabora sempre com as autoridades nas investigações.
Em comunicado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) avançou que estão a decorrer buscas em 25 locais, que incluem empresas, sociedades de advogados e sociedades de revisor oficial de contas e que não estão previstas detenções.
Em causa estão suspeitas de crimes de administração danosa, de participação económica em negócio, de corrupção passiva no setor privado, de fraude fiscal qualificada e de fraude à Segurança Social qualificada.
As buscas que decorrem esta terça-feira estão relacionadas com uma queixa feita ao Ministério Público em 2022, relacionada com "a aquisição pelo agrupamento ATLANTIC GATEWAY, à PARPÚBLICA, de 61% do capital social da TAP, SGPS e da subsequente capitalização daquela entidade com fundos provenientes de um financiamento acordado, em momento prévio à aquisição, entre a AIRBUS e a sociedade DGN CORPORATION (acionista da ATLANTIC GATEWAY)", explicou a PGR.
A investigação centra-se também em factos que aconteceram antes da venda direta e que estão relacionados com custos suportados pela TAP, S.A. com entidades ligadas à ATLANTIC GATEWAY e ainda com factos que ocorreram durante o período "em que a gestão da TAP, S.A. esteve a cargo dos acionistas privados, envolvendo a situação fiscal de pessoas singulares e sociedades ligados a essa gestão", acrescentou a PGR.
Esta investigação está a cargo de duas magistradas do Ministério Público, dois inspetores da Polícia Judiciária, um inspetor da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), uma inspetora da Segurança Social e dois especialistas do Núcleo de Assessoria Técnica (NAT) da PGR.
