Moção da Juventude Social-Democrata (JSD) leva à discussão no congresso "a definição de limites à pensão de reforma por via do sistema público de pensões" para as gerações mais novas, mas não só. Chamam-lhe a "reforma das reformas".
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"É um tema dos mais relevantes e que devia estar em cima da mesa e que não está". A líder da JSD, Margarida Balseiro Lopes, justifica desta forma o foco da moção que vai levar ao congresso do partido e que está única e exclusivamente centrada na Segurança Social e no seu futuro.
Intitulada "A reforma das reformas", a moção da jota propõe, desde logo, o regresso à discussão dos plafonamentos da segurança social. De acordo com Margarida Balseiro Lopes, a proposta "mais arrojada" passa pelo objetivo de criar "um novo contrato social aplicado aos mais jovens que entram agora no mercado de trabalho, entre os 25 e os 30 anos".
"Há uma componente que é obrigatória de desconto para o sistema público e, portanto, estamos a pegar na filosofia do sistema de repartição, mas depois estabelecemos que deverá haver um teto - e nós não estabelecemos se são 1500, 2000 ou 2500 euros porque este é um contributo para a discussão -, a partir do qual o trabalhador desconte para um sistema de capitalização", realça a também deputada que não esconde ter consciência de que esta proposta "tem um elevado custo de transição".
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Mas há mais na moção que vai ser apresentada no próximo sábado. "Temos algumas medidas que consideramos que podem ajudar a promover a natalidade e que, neste Orçamento do Estado, o PSD já deu esse sinal. Uma delas passa pela resposta do ensino pré-escolar e das creches para permitir que os pais tenham de facto condições para terem mais filhos. Além disso, temos também uma vertente que acho muito importante que é a questão da transparência e que é cada pessoa saber exatamente o que é que descontou", nota Margarida Balseiro Lopes.
Considerando que "não discutir o assunto, não apresentar propostas e ignorar que existe um problema é sobretudo penalizador para as novas gerações", a presidente da JSD também confia que Rui Rio vai querer colocar o tema na agenda. Até porque é público que a reforma da segurança social é um tema querido do presidente social-democrata.
Unidade?
A um dia do congresso do PSD (e ainda no rescaldo da guerra interna), Margarida Balseiro Lopes fala também sobre a unidade que se deseja no partido a partir deste momento.
Apoiante de primeira linha de Luís Montenegro na corrida à liderança que culminou com a reeleição de Rui Rio, a deputada crê que este é um tempo em que a união vai ser possível, "sem prejuízo de no PSD, ao contrário de outros partidos haver espaço para que as pessoas possam ter opiniões divergentes sobre alguns assuntos e algumas matérias".
"Deve ser feito um esforço de união, tanto mais que é cada vez mais evidente que a própria força do governo está cada vez mais colocada em causa. Ainda agora, a propósito da discussão do IVA da eletricidade, há uma tentativa de ensaiar um novo golpe de teatro", destaca.