Plano de recuperação: no caso português "a palavra chave é investimento", diz Von der Leyen
Portugal receberá 15,3 mil milhões de euros em subvenções (a fundo perdido), incluindo 13,2 mil milhões de euros, até 2023.
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A presidente da Comissão Europeia diz-se "muito confiante de que Portugal vai usar bem " o "NextGenerationEU", o fundo de recuperação proposto pelo seu executivo e acordado pelos líderes europeus em julho passado.
Em declarações à TSF, Ursula von der Leyen explica que cada um dos 27 Estados membros tem recomendações específicas para aplicar o Plano de Recuperação e Resiliência, e no caso português, "a palavra chave é investimento": "Investimento em tecnologias verdes, na digitalização, em tecnologias para o futuro que permitam uma economia portuguesa forte."
"Há duas prioridades: o Green Deal [Pacto Ecológico Europeu] e a digitalização e Portugal está na liderança em ambos os campos, por isso é do interesse do país modernizar a economia e dar-lhe um impulso para que no fim da pandemia Portugal esteja mais forte."
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Ursula von der Leye lembra que os vários países da união Europeia se debatem como uma crise "não provocada porque a economia tem um problema, mas por causa de um vírus, uma pandemia. E a economia portuguesa acabava de recuperar, de forma exemplar, de uma crise."
"Foi impressionante ver o quão forte estava Portugal quando a crise começou, por isso o que temos de fazer é ajudar a economia a superar o período difícil da pandemia e garantir que tem um avanço assim que a pandemia termine."
Questionada sobre se não existe o risco, com um plano de recuperação parcialmente baseado em empréstimos, de num futuro próximo haja países com uma dívida insustentável, especialmente os do sul, a presidente da Comissão Europeia diz que ultrapassar a crise é a principal preocupação.
"Foi muito importante ter subsídios e empréstimos. Porque os subsídios são para Estados membros com níveis de dívida relativamente elevados, para assegurar que podem investir agora, em tempo de crise, e o que os vai fortalecer ao longo do tempo, para poderem pagar no futuro."
De acordo com o compromisso alcançado em julho, Portugal receberá 15,3 mil milhões de euros em subvenções (a fundo perdido), incluindo 13,2 mil milhões de euros, até 2023, através do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, o principal instrumento do Fundo de Recuperação.
António Costa e Ursula von der Leyen apresentam esta terça-feira em Lisboa as prioridades dos Planos de Recuperação da União Europeia e português, numa sessão na Fundação Champalimaud, em Lisboa.
Após a sessão na Fundação Champalimaud, Ursula von der Leyen participa na reunião do Conselho de Estado a convite do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que se realizará no Palácio da Cidadela, em Cascais.
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