O porta-voz Luís Garra aguarda debate com expectativa. Espera que os deputados eleitos pelo interior de Portugal possam fazer a diferença e estranha posição do Chega.
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Quem, há anos, luta pelo fim das portagens nas autoestradas do interior, que outrora não tinham custos, diz que o regresso à circulação grátis é uma questão de justiça. É o caso da Plataforma Pela Reposição das SCUTS A23 e A25.
O porta-voz desta plataforma, Luís Garra, diz-se realista em relação ao que pode acontecer na Assembleia da República, esta quinta-feira, já que a maioria dos deputados não defende a abolição de portagens no imediato.
“Estamos numa posição de expectativa em relação ao que vai acontecer no debate”, refere, à TSF, Luís Garra. Esta posição é justificada, por um lado, pelo facto de terem sido apresentadas “três propostas de projetos de lei que vão no sentido da eliminação e da reposição da SCUTS”, caso das do PS, PCP e Bloco de Esquerda. Por outro, de haver “quatro propostas de projetos de resolução que vão no sentido de estudos e de eventuais reduções durante um determinado período”. Estes projetos de resolução (que não têm força de lei) são do PSD e CDS-PP, PAN, Iniciativa Liberal e Chega.
Luís Garra realça que os deputados eleitos pelos círculos do Interior podem fazer a diferença na votação pela eliminação das portagens das autoestradas naquela faixa do país “se forem coerentes com o que prometeram em campanha eleitoral”. Se não o forem “fica provado quem é que é pelo Interior e quem é que andou a enganar os portugueses”.
Por outro lado, o responsável admite que “é um muito estranho, ou se calhar não o é assim tanto”, a alegada mudança posição do Chega. “Na campanha eleitoral prometeu eliminar todas as portagens, que no Interior era no imediato, expressões que André Ventura usou em Macedo de Cavaleiros, e vem agora com uma manobra dilatória procurar fazer crer que isto é para
estudar durante seis anos e terá de ser por reduções”, critica. Acrescenta que a proposta de resolução apresentada pelo Chega “não é mais nem menos do que uma recomendação ao Governo”.
Do que não há dúvidas é da importância de abolir as portagens no Interior do país, porque “está provado que tiveram um efeito muito negativo e que contribuíram para o definhamento, quer do ponto de vista económico, quer do ponto de vista demográfico e social”. Apesar de “não serem o único elemento determinante para alterar a situação do Interior, são um elemento fundamental, porque está associado à mobilidade e é urgente que isto se resolva”.
É a convicção de Luís Garra, porta-voz da Plataforma Pela Reposição das SCUTS A23 e A25. Estas duas autoestradas são a base da reivindicação desta plataforma, mas assume que é alargada a todas as regiões do Interior de Portugal.
