Respondendo a uma pergunta de Jerónimo de Sousa, no arranque do debate quinzenal, o primeiro-ministro garantiu que só prometeu a Bruxelas medidas com impacto de 600 milhões de euros, mas não adiantou quais.
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O primeiro-ministro renovou, esta manhã, o desafio ao PS para que participe num consenso sobre a forma de encontrar um impacto de 600 milhões de euros no sistema de Segurança Social.
No debate quinzenal e em resposta ao secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que acusou o governo de "dar um espetáculo" sobre a questão do eventual corte de 600 milhões, Pedro Passos Coelho disse que gostaria que antes das eleições fosse conhecida a solução mas sublinhou que para isso " é preciso mais do que um".
Depois Passos Coelho afirmou que "o governo está comprometido com o Programa de Estabilidade" quando foi confrontado pelo líder do PCP sobre o futuro da Segurança Social.
Pedro Passos Coelho insistiu que o tema tem sido abordado de forma errada. O chefe do governo afirmou que "a medida está prevista no Pacto de Estabilidade", mas explica Passos, o governo nunca apresentou a Bruxelas quaisquer cortes, medidas concretas a aplicar.
Citando o documento, Passos Coelho referiu que o que está escrito é que é "imperativo que a solução encontrada [com um impacto de 600 milhões de euros] tem de resultar de um debate. Não se apresenta, de momento, qualquer medida", quer isto dizer, continuou o primeiro-ministro, que o compromisso é o de gerar um efeito "positivo" de 600 milhões de euros, que pode não ser, obrigatoriamente, um corte. Poderá ser tanto do lado da despesa como da receita, ou uma combinação de ambas.
Lembrando que está habituado a tomar medidas difíceis, o primeiro-ministro reitera "o convite" à oposição. "O que nós queremos é um consenso o mais alargado possível".
Jerónimo de Sousa respondeu com ironia. "Consenso parece ser a palavra mágica, mas as pessoas não são parvas".
O debate quinzenal com o primeiro-ministro acontece dois dias depois de a coligação PSD/CDS-PP ter apresentado as linhas orientadoras do seu futuro programa eleitoral, acompanhado de uma carta de garantias, e o PS ter divulgado a versão final do seu programa, que será debatido e votado numa Convenção Nacional do partido, que decorre hoje e no sábado, em Lisboa.