Pedro Passos Coelho anunciou, no Parlamento, que vai solicitar reuniões a todos os grupos parlamentares para os ouvir sobre os termos da conclusão do programa de ajustamento e sobre a estratégia pós-'troika'.
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«Não deixaremos, sobre os termos em que concluiremos o programa de assistência económica e financeira e sobre uma estratégia pós-programa de solicitar reuniões para com eles poder debater essa estratégia de médio prazo», disse Passos Coelho, no debate quinzenal no Parlamento.
O primeiro-ministro anunciou o pedido de reuniões após reiterar a «disponibilidade da maioria e do Governo» para o diálogo, frisando que essa disponibilidade «não é só com o PS», apesar das «responsabilidades do maior partido da oposição».
O primeiro-ministro reuniu-se na segunda-feira com o secretário-geral do PS, António José Seguro, sobre o mesmo tema. No final do encontro, o líder do PS disse que existe uma «divergência insanável» com o Governo PSD/CDS-PP sobre a estratégia orçamental para o país.
Hoje, Passos Coelho defendeu que ter a «capacidade para encontrar pontos de convergência é sinónimo não apenas de inteligência política mas também de capacidade para gerar confiança no futuro».
«Mas de cada vez que chamamos os partidos à oportunidade de concretizarem com ideias próprias a estratégia material para obter essas metas, os partidos dizem que o que querem é mais défice ou mais tempo, ou mais financiamento ou dizem simplesmente que não querem aceitar as medidas», disse.
Para Passos Coelho, «só alguns é que fazem alguma coisa para corrigir as contas públicas», enquanto «os outros, como foi o caso do Partido Socialista, prometem fazer essa demonstração só se estiver no Governo».
«Não vá isso fazer perder alguns votos no eleitorado em cada eleição que se avizinha», criticou.
Passos Coelho aproveitou para responder ao secretário-geral do PS, que tinha acusado o Governo de insensibilidade social, afirmando que há indicadores no estudo da OCDE hoje divulgado que «mostram em muitos aspetos melhorias».
O primeiro-ministro destacou que «relativamente aos dez por cento dos portugueses com menores rendimentos, a sua média em termos nacionais melhorou face ao período pré-crise».