O poder de compra em Portugal aumentou 3,4 pontos percentuais em 2022 face ao registado em 2021.
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O poder de compra em Portugal aumentou 3,4 pontos percentuais em 2022 face a 2021, situando-se em 78,7% da média europeia e mantendo-se o país na 16.ª posição entre os 19 países da zona euro.
Segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2022 o Produto Interno Bruto 'per capita' de Portugal, expresso em Paridades de Poder de Compra (PPC), situou-se em 78,7% da média da União Europeia, valor superior em 3,4 pontos percentuais ao registado em 2021 (75,3%).
No ano passado, Portugal manteve a 16.ª posição entre os 19 países da zona euro - abaixo de países como Lituânia (89,2), Espanha (85,5) e Estónia (85,0) e à frente da Letónia (72,6), Eslováquia (71,0) e Grécia (67,2) - e a 20.ª da União Europeia neste indicador.
O INE refere ainda que, em termos nominais, o Produto Interno Bruto (PIB) 'per capita' (PIBpc) de Portugal cresceu 12,1% no ano passado, em resultado do aumento nominal do PIB (12,2%), "uma vez que a população em 2022 foi marginalmente superior ao ano anterior".
Em termos globais, o instituto estatístico dá conta de uma "elevada dispersão" do indicador de volume do PIBpc medido em PPC nos 27 Estados-membros da UE: O Luxemburgo (256,3) apresenta o índice mais elevado entre os 36 países analisados, correspondendo a mais de duas vezes e meia a média da UE27 e cerca de quatro vezes superior ao da Bulgária (62,1), o país da UE com o valor mais baixo.
O coeficiente de variação do PIBpc nos 36 países considerados no exercício situou-se em 50,6%, valor ligeiramente superior ao que se registou em 2021 (49,9%).
Entre 2022 e 2021, O INE diz terem-se verificado "variações significativas" dos índices de volume do PIBpc, medido em PPC, tendo 11 dos 36 países analisados registado reduções.
Os maiores decréscimos ocorreram no Luxemburgo (-9,8 pontos percentuais) -- ainda assim o país com o maior índice de volume --, em França (-3,1 pontos percentuais) e na Alemanha (-2,9 pontos percentuais).
Em sentido contrário, salientam-se os "aumentos significativos" dos índices de volume do PIBpc da Noruega (44,6 pontos percentuais) e da Irlanda (14,0 pontos percentuais), o segundo e terceiro países com maior nível de riqueza 'per capita'.
Segundo o instituto, a Despesa de Consumo Individual (DCI) 'per capita' de Portugal, que constitui "um indicador mais apropriado para refletir o bem estar das famílias" (enquanto o PIBpc é sobretudo um indicador do nível de atividade económica), fixou-se em 2022 em 87,0% da média da União Europeia, valor superior em 2,6 pontos percentuais a 2021 (84,4%).
Neste indicador, Portugal ocupa a 12.ª posição na zona euro e a 15.ª na União Europeia, tendo melhorado duas e três posições, respetivamente, face ao exercício anterior.
O INE alerta que os resultados hoje divulgados "devem ser analisados com prudência, particularmente em termos de evolução temporal, uma vez que ao longo do tempo verificam-se alterações de diferente natureza".
Em causa estão, nomeadamente, alterações ao nível da seleção do cabaz comum de bens e serviços em comparação, dos métodos e fontes dos preços utilizados no exercício PPC e da substituição de valores preliminares por definitivos da contabilidade nacional.
"Em consequência, podem ocorrer revisões expressivas do PIBpc dos países", nota, avançando como exemplos o facto de, no presente exercício, o PIBpc de 2021 ter sido revisto em -2,7 e +3,6 pontos percentuais para a Estónia e para a Eslováquia, respetivamente (que foram as revisões extremas no seio dos países das EU), enquanto Portugal apresentou uma revisão de 0,2 pontos percentuais.