"Poesia é liberdade na voz dos cantores." A Ronda de Vitorino no Festival de Leiria

Vitorino
Pedro Rocha / Global Imagens
Quem são afinal os poetas cantados por Vitorino? "Pois é, coisa difícil porque os poemas não são feitos para cantar, muitas vezes falha." Vitorino não falhou à chamada da quarta RONDA, e subiu ao palco do Teatro Miguel Franco com Canções de Poetas.
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Quem são afinal os poetas cantados por Vitorino? Quando é que o cantor sente na pele o toque da palavra, afinando a melodia que lhe há-de embalar a voz?
"Não consigo escrever música para poetas que eu não tenha conhecido muito bem, que fossem amigos, alguns até íntimos. Eu tenho um número muito pequeno de poetas que canto. Talvez o mais cantado, que é também escritor é o António Lobo Antunes, pela amizade, pela cumplicidade, e porque era fácil, porque a gente se encontrava muito, fazíamos numa mesa de café e ao piano. Também musiquei alguns do Eduardo Guerra Carneiro, do António José Forte, Herberto Helder, que não deixava ninguém musicar poemas, mas pela amizade deixou o Janita e eu fazer música sobre textos lindíssimos dele."
O pretexto para os dois dedos de conversa no hotel em frente ao Teatro Miguel Franco, em Leiria, é o festival de poesia onde que até segunda feira vai continuar a animar a cidade. "Alguns poetas trazem já música no texto que nós procuramos, procuramos um ritmo, palavras com sílabas abertas, e isso ajuda muito. Muitas vezes dizê-lo em voz alta é bom, quanto mais próxima é a relação mais importante se torna."
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Falará do Zeca e do Adriano, de Luís Pignatelli, de Manuel da Fonseca e tantos outros companheiros de viagem. O " octogenário" Vitorino está de malas feitas para Badajoz, onde participa segunda-feira nas celebrações do centenário de José Saramago. Ali cantará também " 25 de Abril sempre".