Polémica com Vitalino Canas. "Estigma socrático é pior do que o coronavírus"
David Justino acredita que a ligação de Vitalino Canas com o Governo de Sócrates é irrelevante, e aponta que o candidato a juiz "foi porta-voz do Governo para o salvar do estigma socrático", que "tem um peso de difusão e de contaminação pior que o coronavírus".
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David Justino acredita que Vitalino Canas não deve ser estigmatizado por ter pertencido ao Governo de José Sócrates. Se assim fosse, defende o vice-presidente do PSD, também não poderiam ter sido empossados ministros e secretários de Estado do atual Governo.
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O social-democrata aponta que o antigo secretário de Estado Vitalino Canas "foi porta-voz do Governo para o salvar do estigma socrático", que "tem um peso de difusão e de contaminação pior que o coronavírus". David Justino refere, ouvido no programa Almoços Grátis, que as pessoas "não devem ficar marcadas pelos cargos institucionais" por que passam.
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Apesar de estar alinhado com o Partido Socialista nesta matéria, David Justino não o desresponsabiliza de "uma componente política, que tem que ver com a forma como o PS conduziu as coisas". O que defende o vice-presidente social-democrata é que "tem de se tentar reunir o máximo de consenso antes de sujeitar os candidatos ao sufrágio, à partida enviesado".
"O PS vai ter de resolver", alega David Justino, que questiona se se "partiram os cristais" na antiga geringonça, já que foi o Bloco de Esquerda que lançou para cima da mesa o argumento da ligação ao Governo de José Sócrates. Mas tal elo é "irrelevante", vinca.
Ana Catarina Mendes frisa que o BE "sabia desde o início, desde as primeiras conversas, que seriam dois nomes propostos pelo PS para o Tribunal Constitucional".
"Isto não é motivo para abanar a geringonça, porque o que deve estar em causa é a melhoria das condições de vida das pessoas. A Assembleia da República não pode, em função das maiorias, humilhar as pessoas porque é um ou outro partido a escolher."
Sobre o possível desconforto na bancada socialista, a líder parlamentar refere que tal não lhe foi demonstrado: "Tenho de assumir que não há." No entanto, assume que a voz de Manuel Alegre "não é uma voz qualquer". É "uma voz que respeito", alega Ana Catarina Mendes, que deixa ainda um argumento de defesa. "Vitalino Canas foi porta-voz de Sócrates há 15 anos, penso que o seu passado político não deve inviabilizar a sua escolha."