A Câmara de Viseu está irredutível.
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Está instalada a polémica com a instalação de uma cobertura no Mercado 2 de Maio, em pleno coração da cidade de Viseu. A praça foi requalificada na década de 90 por Álvaro Siza Vieira, que está contra a intervenção. Ao lado do arquiteto encontra-se um grupo de dirigentes culturais, historiadores e arquitetos.
Em declarações ao Público e ao Expresso, Siza Vieira classificou como uma "barbaridade" a intervenção agora em curso e que para além de uma requalificação do mercado prevê a instalação de uma pala com painéis fotovoltaicos.
O arquiteto assegura que nunca foi contactado pela autarquia para ter uma palavra a dizer no projeto que idealizou juntamente com António Madureira.
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Contra a intervenção, um grupo de 41 pessoas, entre elas Eduardo Souto de Moura, João Luís Carrilho da Graça, José Mateus, Nuno Sampaio, André Tavares e Francisco Keil Amaral, escreveu uma carta aberta onde é exigida à Câmara de Viseu a revogação da empreitada.
"Sucede que o projeto de cobertura da Praça 2 de Maio, que o Município anunciou vir a executar - em virtude do seu desacerto e da sua profunda dissonância com o lugar e com a envolvente -, constitui um grave e inadmissível atentado patrimonial e urbanístico", acusam.
Argumentos que na opinião do autarca de Viseu, Almeida Henriques, já vêm tarde.
"Esta carta aberta vem com sete anos de atraso, porque o debate sobre esta matéria começou em 2014", afirma, acrescentando que só teve conhecimento desta contestação pela Comunicação Social. Ainda assim, Almeida Henriques está disponível para ouvir os signatários.
O presidente do município está disposto a ouvir quem está contra as obras, mas avisa que a intervenção já não vai parar.
"Há tempos para debater, decidir e para executar. Nós estamos na fase de executar este projeto", declara, salientando que este "é um processo irreversível" e que já "está no terreno".
Os trabalhos de requalificação do Mercado 2 de Maio vão custar 4,3 milhões de euros. A intervenção tem um prazo de execução de 600 dias.