Polícia alemã recebeu "dicas" que motivam buscas no Arade. "O que esperamos encontrar vamos manter segredo"
Dezasseis anos depois do desaparecimento de Maddie, são retomadas buscas no Algarve. Investigadores alemães terão recebido dicas que apontam para a barragem do Arade.
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As buscas relacionadas com o desaparecimento de Madeleine McCann na barragem do Arade, em Silves, distrito de Faro, foram motivadas por "dicas" recebidas pela polícia alemã.
"Estamos a investigar em Portugal com base em certas dicas", afirmou o procurador alemão Christian Wolter no final do primeiro dia de buscas, esta terça-feira, que envolveram dezenas de agentes da Polícia Judiciária, acompanhados por autoridades alemãs e inglesas.
"Não posso revelar o contexto para já, como porque estamos a procurar ali [na barragem do Arade] e o que lá esperamos encontrar. Isso vai manter-se o nosso segredo para já", disse Christian Wolter, citado pelo jornal britânico Sky News.
Fonte ligada à investigação adiantou à agência Reuters que a operação estará relacionada com fotografias da barragem encontradas num esconderijo do suspeito Christian Bruckner, um cidadão alemão detido por violação que vivia no Algarve quando Madeleine McCann desapareceu, em 2007.
As buscas foram retomadas esta manhã, depois de na terça-feira os mergulhadores terem retirado vários sacos da água, cujo conteúdo não foi revelado.
A barragem do Arade localiza-se a cerca de 50 quilómetros do local de onde a criança britânica, na altura tinha três anos, desapareceu quando passava férias com os pais e irmãos na Praia da Luz.
Em 2008, o local já tinha sido alvo de peritagens de mergulhadores especializados, contratados pelo advogado Marcos Aragão Correia, depois de também ter recebido dicas nesse sentido.
A barragem costumava ser frequentada por Christian Brueckner, de 45 anos, acusado em outubro do ano passado pela justiça alemã de três crimes de violação e dois de abusos sexuais de crianças em território português, alegadamente cometidos entre 2000 e 2017.
Embora as acusações contra o alemão não estejam ligadas ao caso Maddie, os investigadores alemães têm vindo, desde 2020, a apontá-lo como o principal suspeito.