Polícias aproveitam final da Volta a Portugal para protestar contra valor de suplemento de risco
Os polícias exigem cerca de 400 euros de suplemento, num valor a atingir de forma progressiva.
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Cerca de meia centena de agentes da PSP e militares da GNR participaram na tarde deste domingo num protesto contra o valor fixado pelo Governo para o suplemento de risco, que os polícias consideram demasiado baixo. A ação de protesto aconteceu de Viseu, cidade que acolhe o final da Volta a Portugal em Bicicleta.
Segundo Cristiano Correia, dirigente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP), esta manifestação pretendeu chamar a atenção dos partidos com representação na Assembleia da República.
"Há aqui ainda uma janela importante de oportunidade para que os próprios grupos parlamentares, para que eles estejam envolvidos e percebam como decorreram as negociações, para que depois em sede de discussão do Orçamento Estado este valor apontado pelo Governo, que achamos manifestamente insuficiente, possa ser melhorado", declarou.
O secretário nacional da ASPP recorda que esta é "uma luta histórica dos profissionais da PSP e GNR", que reclamam "um valor digno face ao risco que correm todos os dias no exercício da sua profissão".
Os polícias exigem cerca de 400 euros de suplemento, num valor a atingir de forma progressiva.
Já Rui Sousa, da Associação dos Profissionais da Guarda, avisou que os agentes a autoridade não vão baixar os braços e que na calha podem estar mais ações de protestos.
"Como se estão a aproximar as eleições aproximam-se também as inaugurações e nós vamos estar garantidamente em todas as inaugurações para lembrar o poder político que não nos esquecemos facilmente do subsídio de risco e não desistimos de um valor digno, não vamos aceitar de forma alguma os 68,96 €", afirmou, lamentando a "esmola" proposta pelo Governo.
"Sessenta e oito euros representa o risco de vida de alguém? Não, não chega, é muito pouco. Nós estamos empenhados em tudo o que são eventos de grande e pequena envergadura. Somos o primeiro órgão de polícia criminal a chegar aos locais de crime, ao indivíduo que está a agredir a mulher, ao tiroteio, a todas as situações de elevada perigosidade. Somos os primeiros a chegar, não chegamos quando aquilo já está sossegado", concluiu.