Polícias manifestam-se esta 5.ª feira em Lisboa contra arrastar dos problemas que afetam PSP
Entre os problemas constam os baixos salários, o envelhecimento do corpo policial e a sobrecarga de trabalho, que torna a carreira pouco atrativa, falta de efetivos, incapacidade operacional, saúde e pré-aposentação.
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A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) realiza esta quinta-feira uma manifestação em Lisboa contra o arrastar dos problemas que afetam a PSP e os polícias e contra a "falta de vontade política do Governo para os resolver".
O Sindicato Independente dos Agentes de Polícia (SIAP) já anunciou que se vai juntar ao protesto, que vai decorrer a partir das 17h00 entre o Largo de Camões e a Assembleia da República.
Entre os problemas constam os baixos salários, o envelhecimento do corpo policial e a sobrecarga de trabalho, que torna a carreira pouco atrativa, falta de efetivos, incapacidade operacional, saúde e pré-aposentação, segundo a ASPP.
Em declarações à TSF, Paulo Santos, presidente da ASPP, admite que se o Governo não tornar atrativa a carreira dos agentes, os próximos prejudicados vão ser os cidadãos.
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"Colocámos a realização desta manifestação não só na tónica dos problemas socioprofissionais da PSP, que afetam os seus profissionais, mas de uma perspetiva daquilo que as populações estão já a sofrer em algumas cidades do país por força daquilo que tem sido o paradigma da segurança interna. Receamos que, nos próximos anos, caso não haja alterações políticas à altura das necessidades, quem vai começar a sofrer os impactos negativos destas más políticas será o cidadão. Nesse sentido, convidámos outras estruturas da sociedade civil e outras associações sindicais para se juntarem a esta luta que é de todos", afirma.
Paulo Santos lamenta que o ministro da Administração Interna não tenha alterado a posição à mesa das negociações.
"A senhora secretária de Estado disse que não havia margem para qualquer alteração, aquilo que ficou estipulado nas reuniões anteriores e que se cifrou entre 52 a cento e qualquer coisa de euros para os polícias era aquilo que se mantinha. A reunião assim ficou, não houve qualquer avanço ou disponibilidade por parte do Governo. Foi esgotada essa negociação suplementar, por isso as coisas mantêm-se exatamente como estavam na última reunião com o Governo."
A ASPP apelou à população para que apoie os polícias na manifestação e mostrou-se contra a intenção de qualquer partido instrumentalizar o protesto.
Depois do Chega ter avançado que estaria presente na manifestação, a ASPP afirmou "a sua independência de qualquer partido político" e disse que "não aceita que nenhum partido político tenha a pretensão de instrumentalizar" a manifestação "sob pena de desrespeitar os próprios profissionais da PSP".
O maior sindicato da Polícia de Segurança Pública justifica a manifestação "porque a PSP mantém e agrava a cada dia que passa, problemas estruturais, que colocam em causa a estabilidade e o funcionamento da própria instituição, atropela os direitos dos profissionais e prejudica as populações".
A ASPP alega ainda que o Governo "não dá garantias de que pretende alterar o rumo das políticas para a segurança e não pretende dignificar estes profissionais, baseando a sua intervenção em campanhas e anúncios irresponsáveis".
"Os cidadãos têm de saber que, quando não existir quem lhes responda, a culpa não é dos profissionais da PSP, mas sim dos amadores do Governo", refere ainda a ASPP.
O Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP já indicou que devido à manifestação vai haver restrições ao trânsito na quinta-feira, tendo começado na quinta-feira as proibições no estacionamento nas ruas de São Bento e Correia Garção e Calçada da Estrela.