É a ponte construída em betão armado mais antiga de Portugal e até ao final da semana vai ser fechada ao trânsito. Quem usa a Ponte de Parada vai ser obrigado a um desvio que pode chegar aos 20 quilómetros.
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O tabuleiro tem 33 metros de comprimento, com uma única faixa de rodagem. O piso é em pedra, os estreitos passeios têm vários buracos e falhas. Desde 2016 que a Ponte de Parada, distrito de Braga, tem a circulação condicionada. Há alguns meses, os autarcas de Vieira do Minho e de Amares decidiram, como medida de prevenção, limitar a passagem a veículos com menos de 3,5 toneladas. No entanto, os pórticos de metal colocados nas extremidades da ponte não foram suficientes e são bem visíveis as marcas das carrinhas e pesados que ainda assim tentam passar.
O Presidente da Câmara de Amares, Manuel Moreira, dizia esta manhã na TSF, que a decisão foi tomada em conjunto pelos dois autarcas, que não querem brincar com a segurança dos cidadãos. Manuel Moreira afirma que "mais vale impedir a circulação do trânsito, antes que o pior aconteça".
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O autarca desafia o Governo a ajudar os dois municípios a pagar as obras.
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A TSF ouviu também alguns dos automobilistas que usam diariamente esta ponte sobre o rio Cávado. Artur Rodrigues, que conduzia uma carrinha de caixa aberta, conta que este encerramento vai causar muitos transtornos. Faz este percurso várias vezes ao dia e, como vai ser obrigado a percorrer mais 20 quilómetros, vai gastar mais tempo e dinheiro. No entanto, diz que compreende a decisão, porque a segurança tem que estar em primeiro lugar. Também Luís Pereira dizia que este encerramento vai prejudicar o seu dia-a-dia, mas tem consciência de que este é um problema antigo e era necessário fazer alguma coisa para evitar o pior.
Esta ponte, também conhecida como Ponte de Bôco, faz a ligação entre a freguesia de Parada do Bouro, concelho de Vieira do Minho, e a freguesia de Bouro, concelho de Amares. Desde 2016 que está classificada como Imóvel de Interesse Público.
Estudos de há seis anos já denunciavam degradação
Em 2013 e 2015, dois estudos orientados pelo investigador José Sena Cruz, do Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Minho, concluíam que a ponte que liga os concelhos de Amares e Vieira do Minho estava em mau estado de conservação.
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No final de 2018, as autarquias de Amares e Vieira do Minho pediram ao professor José Sena Cruz uma proposta para a reabilitação da ponte.
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Só os estudos devem demorar cerca de meio ano a serem concluídos. Seguem-se depois as obras. O professor José Sena Cruz lembra que, neste caso, a reabilitação da ponte implica alguma perícia.
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