Este ano, devido à pandemia, ao frio, à chuva e à suspensão da missa, após a qual, por norma, a população aproveita para votar, a maioria terá optado por ficar em casa.
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Maria do Carmo, habitante da Serra d'Arga, no concelho de Caminha, foi votar, este domingo, antes de sair com as ovelhas para o pasto. Passavam poucos minutos do meio-dia e foi o oitavo eleitor a exercer o direito de voto na sede da junta de Arga de Baixo, uma das três da União de Freguesias de Arga, que compreende também Arga de Cima e de São João.
Ali há no total das três aldeias, cerca de 200 eleitores, a maioria idosos ou residentes em Lisboa, segundo o Presidente da União, Ventura Cunha. E, este ano, devido à pandemia, ao frio e a chuva, e à suspensão da missa, após a qual por norma a população aproveita para votar, a maioria terá optado por ficar em casa.
"Aqui em Arga de Baixo há 80 eleitores [Arga de Cima tem 60 e S. João outros tantos] e acho que não vai haver mais de trinta votos. Os idosos não querem sair de casa. Muitos perguntaram se era seguro votar. Dez ou 15 vivem em Lisboa e não vieram", disse Ventura Cunha, revelando também que "este ano houve problemas para arranjar gente para as secções por causa da Covid-19". "As mesas foram alteradas várias vezes, porque as pessoas deram positivo ou tiveram que ir para isolamento", contou.
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A Serra d'Arga estava cinzenta, com a chuva e o nevoeiro. E também silenciosa e deserta.
Maria do Carmo de 68 anos, foi das que saiu de casa para usar a urna em Arga de Baixo, juntamente com mais sete vizinhos e os cinco membros da mesa de voto. "Não tenho medo. Acho que há segurança e aqui é tão pouca gente. Voto sempre, à hora que posso. Tenho gado para olhar e hoje ainda o tenho na corte. Vou tirá-lo agora. Aproveitar que parou a chuva um bocado", comentou.