Um estudo do INE indica que na última década metade dos municípios perdeu habitantes e daqui por 90 anos, a população portuguesa poderá estar reduzida a seis milhões.
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Mais de metade dos concelhos portugueses perdeu população ao longo da última década e em 82 municípios são mais as pessoas a sair do mercado de trabalho dos que as que entram.
Estes números constam do estudo "Retrato Territorial de Portugal 2009" do Instituto Nacional de Estatística (INE), que mostra uma tendência evidente de decréscimo da população de nacionalidade portuguesa.
A contrariar esta tendência tem estado a entrada no país de imigrantes. Entre 2000 e 2009, a população a viver em Portugal cresceu 3,7 por cento quase em exclusivo pelos imigrantes.
A perda da população prevista por inúmeros especialistas já se começa, no entanto, a sentir. Mais de metade dos municípios (158) perderam pessoas nos últimos nove anos.
A maioria fica no interior do país e existem 72 concelhos que só ganham pessoas com a imigração.
O estudo do INE sublinha que o envelhecimento da população afecta o sistema de protecção social porque há falta de pessoas no mercado de trabalho.
Os dados agora revelados mostram que 82 municípios têm um índice negativo de população em idade activa, ou seja, mais pessoas a sair do que a entrar no mercado de trabalho.
Um problema que afecta concelhos como Lisboa, Porto, Vila Nova de Gaia e Coimbra.
Sinais de envelhecimento da população portuguesa que se ligam ao último relatório da ONU, com estimativas da população mundial, que indica que Portugal arrisca-se a perder quatro milhões de habitantes até 2100.
Uma perda de quase 40 por cento no número de habitantes e a segunda maior queda na União Europeia e a sétima maior em todo o mundo.