O aumento do número de nascimentos não foi suficiente para compensar o número de mortes em Portugal, em 2016.
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A população residente em Portugal voltou a cair em 2016, ano em que o número de mortes superou o dos nascimentos, segundo as Estatísticas Demográficas do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em 2016, a população residente em Portugal foi estimada em 10.309.573 pessoas, menos 31.757 do que em 2015, o que representa uma taxa de crescimento efetivo de -0,31% (-0,32% em 2015).
Segundo o INE, o declínio populacional mantém-se desde 2010, embora se tenha atenuado nos três últimos anos. Para isso, contribuiu o "ligeiro aumento" de 1,9% do número de nascimentos em 2016 (87.126) face a 2015 (85.500).
Contudo, "esse aumento foi insuficiente para compensar o número de óbitos", que aumentou 1,8% em 2016, situando-se em 110.535, mais 23.409 do que no ano anterior.
A maioria (70,5%) das mortes ocorreu em pessoas com idades iguais ou superiores a 75 anos, referem as estatísticas, segundo as quais a taxa bruta de mortalidade foi de 10,7% (10,5% em 2015).
Em 2016, a taxa de mortalidade infantil foi de 3,2 óbitos por mil nados vivos, ligeiramente superior ao valor registado em 2015 (2,9).
Filhos, sim, mas cada vez mais tarde
Os dados revelam também que o índice sintético de fecundidade foi de 1,36 filhos por mulher, verificando-se, pelo terceiro ano consecutivo, uma ligeira recuperação.
Contudo, manteve-se a tendência de adiamento da idade à maternidade. A idade média da mãe ao nascimento do primeiro filho subiu de 30,2 para 30,3 anos e a idade média da mãe ao nascimento de um filho (independentemente da ordem de nascimento) de 31,7 para 31,9 anos.
A esperança de vida à nascença foi estimada em 80,62 anos, para o triénio 2014-2016, e continua a ser superior para as mulheres face aos homens (83,33 anos e 77,61, respetivamente).
Emigração diminuiu, mas não chega
O INE estima que, durante o ano de 2016, tenham entrado em Portugal 29.925 pessoas, valor próximo ao registado em 2015 (29.896), e tenham saído 38.273 para residir no estrangeiro, menos 5,2% do que em 2015 (40.377).
"O efeito conjugado destes fluxos resultou na manutenção do saldo migratório negativo (- 8.348), ainda que atenuado face a 2015", sublinha a publicação que analisa as várias temáticas do comportamento demográfico da população, como o crescimento natural e migratório, natalidade e fecundidade, mortalidade e esperança de vida, casamentos, divórcios.
De acordo com o INE, o saldo migratório apresentou em 2016, e pelo sexto ano consecutivo, um valor negativo, ainda que mais atenuado.
"A situação demográfica em Portugal continua a caracterizar-se pelo decréscimo da população residente, apesar do aumento da natalidade e do decréscimo da emigração", refere a publicação "Estatísticas Demográficas 2016".