Portagens para fazer Lisboa-Porto podem custar mais dois euros em 2023. Conheça as simulações
Com a fixação da taxa de inflação sem efeito da habitação nos 10,44% em outubro, a Brisa já tem uma base para calcular o aumento das portagens e já apresentou uma proposta ao Governo.
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A não ser que haja intervenção do Governo, os preços das portagens nas estradas portuguesas vão ter um aumento superior a pelo menos 9% no próximo ano. À TSF, a Brisa confirma que os novos preços vão ter como base a inflação registada em outubro, sem o efeito da habitação: o Instituto Nacional de Estatística confirmou esta sexta-feira que esse valor é de 10,44%.
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Contas feitas, numa viagem entre Lisboa e Porto, o aumento pode ser de mais de 2,30 euros, aproximando o custo máximo da viagem dos 25 euros para um veículo de classe 1.
Já uma viagem Lisboa-Algarve (Paderne), também num veículo de classe 1, custará praticamente mais dois euros face ao preço atual, aproximando a viagem dos 22. E percorrer o país, partindo, por exemplo, de Melgaço com destino ao Algarve vai custar qualquer coisa como 60 euros.
Quem divide a vida entre as margens Norte e Sul do Tejo também deve preparar-se para aumentos, embora as subidas nas portagens das pontes 25 de Abril e Vasco da Gama sejam inferiores.
O contrato de concessão com a Lusoponte prevê que o aumento seja alinhado com o valor da inflação de setembro, que foi de 9,3% e a empresa já entregou ao Governo a proposta de atualização de preços para 2023.
Na Ponte Vasco da Gama, que tem Lisboa como destino vai pagar mais 27 cêntimos - fazendo com que o preço ultrapasse os 3,15€ - se conduzir um veículo de classe 1.
Já na 25 de Abril, o aumento de preço para a mesma classe de veículos vai ser de 18 cêntimos, o que faz com que o preço a pagar seja de mais de dois euros.
Contactado pela TSF para perceber se está a avaliar a criação de alguma medida que possa atenuar estes aumentos, o Ministério das Infraestruturas e Habitação remete esclarecimentos para a Inspeção-Geral das Finanças, organismo público que vai avaliar a proposta das concessionárias.
Para já, à TSF, a Brisa - concessionária de 14 autoestradas - reitera estar disponível para negociar com o estado uma solução que possa mitigar estes aumentos. A Lusoponte também está à espera da avaliação do Governo.
*com Sónia Santos Silva e Gonçalo Teles