A Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia afirmou que Portugal é o 3º país europeu com mais cancro da laringe e alertou para a necessidade da deteção precoce da doença.
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Para marcar o Dia Mundial da Voz, que se assinala na terça-feira, a Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (SPORL) escolheu o tema "Faça com que a sua voz seja ouvida".
Em comunicado hoje divulgado, a SPORL lamenta que uma grande parte dos casos de cancro de laringe surja numa fase tão tardia, uma vez que é dos poucos tipos de cancro com uma taxa de sobrevida de 95%, após os cinco anos.
«A não valorização dos sintomas, a negligência e, por vezes, o desconhecimento, fazem com que o diagnóstico seja tardio, diminuindo as taxas de cura e aumentando o grau das sequelas», alertou a Sociedade.
«Sempre que se registam situações prolongadas de alteração da voz associadas a outros sintomas, deve recorrer-se a ajuda especializada de forma a evitar complicações como o aparecimento de tumores malignos», aconselham os especialistas.
Segundo a SPORL, o desenvolvimento deste tipo de tumores «está estreitamente relacionado com o consumo de tabaco e apenas 1% dos casos surge em não-fumadores».
As alterações da voz correspondem quase sempre a lesões provocadas por esforços vocais além dos limites tolerados e que podem conduzir ao aparecimento de lesões benignas nas cordas vocais como edemas, nódulos ou pólipos.
Estas lesões reduzem a qualidade e a capacidade vocal e necessitam de soluções terapêuticas, quer seja terapia da fala, medicação ou cirurgia.
A SPORL identifica a população do sexo masculino, com idade entre os 60 e os 70 anos, com hábitos tabágicos e alcoólicos, e com rouquidão arrastada (por mais de três semanas) como grupo-alvo para a observação especializada.