
Pedro Granadeiro / Global Imagens
Pequenos e microssatélites luso-chineses. Pode parecer ficção científica, mas governo garante que será mesmo realidade em breve.
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Portugal e a China vão criar o STARLab, um laboratório conjunto de investigação e desenvolvimento tecnológico para o Espaço e para os Oceanos. O anúncio será feito esta terça-feira pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, no Web Summit, que decorre em Lisboa.
O financiamento será dividido em partes iguais pelos dois países e visa "desenvolver tecnologias e sistemas de engenharia para melhorar o conhecimento, a gestão e a exploração sustentável dos Oceanos e do Espaço", mobilizando 50 milhões de euros nos primeiros anos de atividade e a abertura de centros de investigação e desenvolvimento em Portugal, nomeadamente Matosinhos e Peniche, e em Shanghai na China.
O ministro Manuel Heitor adianta à TSF que o foco deste laboratório será a construção de pequenos e microssatélites de uma centena de gramas até alguns quilogramas, numa tecnologia cada vez mais comum na órbita terrestre, nomeadamente para observar (cada vez melhor) e perceber, por exemplo, o que se passa 'cá em baixo' nas áreas da agricultura, desenvolvimento urbano, cadastro ou segurança marítima.
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Os primeiros satélites luso-chineses deverão estar construídos em 2021.
O governo fala numa "parceria de longo prazo entre a China e Portugal nas áreas da Ciência e Tecnologia" que será oficializada na visita do presidente chinês prevista para o final do ano.
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Do lado nacional a iniciativa está a ser impulsionada pelo ministério, através da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), com entidades como a empresa TEKEVER (conhecida pelos drone) e o Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEiiA) vocacionada para a área dos Oceanos.
Do lado chinês o laboratório irá contar com a participação do Instituto de Microssatélites da Academia de Ciências Chinesa, que nos últimos quinze anos foi responsável pelo lançamento de perto de quarenta satélites no âmbito de missões científicas, assim como do Instituto de Oceanografia da Academia de Ciências Chinesa, especializado na avaliação de recursos, alterações climáticas e biodiversidade.