Portugal é o país da Europa com maior número de infiltrados do PCC. Hugo Costeira diz que "número é especulativo" e recusa sinais de alarme
Ouvido pela TSF, o ex-presidente do Observatório de Segurança Interna recusa sinais de alarme e sublinha que a situação “está identificada e a ser acompanhada”
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O Primeiro Comando da Capital (PCC), a mais violenta organização criminosa da América do Sul, com sede no Brasil, tem 87 membros instalados em Portugal e 29 deles estão infiltrados nas prisões, avançou este sábado o Jornal de Notícias (JN). O ex-presidente do Observatório de Segurança Interna Hugo Costeira, ouvido pela TSF, afastou, no entanto, quaisquer sinais de “alarme” e sublinhou que há uma forte cooperação entre Portugal e Brasil na área da criminalidade.
De acordo o Ministério Público de São Paulo, citado pelo JN, no final do ano passado, havia 2078 elementos do PCC espalhados por 28 países. As maiores comunidades criminosas estavam no Paraguai e Venezuela, seguindo-se Bolívia e Uruguai. Portugal era o país da Europa com o maior número de operacionais do PCC, o quinto a nível mundial.
Na TSF, Hugo Costeira reconheceu que “seguramente as autoridades nacionais” têm em “consideração” os números conhecidos, mas, lembrou, as autoridades também “vão tendo resultados positivos no combate ao tráfico de droga”.
“Portanto, eu acho que em termos de alarme social esta não é uma situação preocupante. Se desenvolvesse para outras áreas que ferisse a segurança do cidadão, como assaltos a bancos, uma onde de violência (...) aí, sim, claramente teríamos outra preocupação”, acrescentou.
Para Hugo Costeira, o importante é que a situação “está identificada e a ser acompanhada”. Sobre os que estão na prisão, o especialista em segurança considerou “interessante” e referiu uma situação recente quando o líder das equipas de mergulhadores do PCC, responsável por retirar a droga dos cascos dos navios, também foi preso: “Veio do Brasil com uma missão e acabou preso em Portugal. Isso realmente é bom.”
“Neste momento falamos de 80 e não sei quantas pessoas alegadamente. Confesso-lhe que acho o número especulativo. Podem ser mais, podem ser menos, temos é a certeza daqueles que estão a cumprir pena de prisão, ou que estão em situação de prisão preventiva, isso já é bom”, insistiu.
Hugo Costeira defendeu ainda que “a cooperação internacional existe”.
