"Portugal é o país da Europa com piores infraestruturas de transporte de combustível"
Antigo responsável diz que há anos que a Associação Internacional de Energia alerta para as limitações portuguesas.
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Há vários anos que Associação Internacional de Energia classifica as infraestruturas petrolíferas portuguesas como fracas, ou seja, bastante atrasadas.
O alerta é do antigo presidente da Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC) que enquanto esteve no cargo recebeu vários alertas para o problema e fez propostas, que nunca saíram do papel, aos governos.
Paulo Carmona recorda que em 2008 o país teve um problema semelhante ao que vive agora com a greve dos motoristas de matérias perigosas e "desde então os vários governos foram avisados desta questão da segurança do abastecimento".
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O antigo responsável pela regulação dos combustíveis em Portugal sublinha que há várias hipóteses baratas, disponíveis, mas pouco foi feito", apontando o dedo, sobretudo, à falta de construção de um oleoduto para o aeroporto de Lisboa, num investimento de "apenas" 10 milhões de euros, retirando das estradas cerca de 180 camiões por dia em "algo vital para a segurança do abastecimento do país".
O antigo presidente da Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis argumenta que "Portugal é o país da Europa com piores infraestruturas de transporte de combustível" e explica que o último alerta da Associação Internacional de Energia data de 2015 - Portugal tem apenas 200 quilómetros de oleodutos, enquanto em Espanha existem 4 mil.
Paulo Carmona fala numa situação "bizarra" que gera a situação "ridícula" que temos visto no aeroporto de Lisboa, "o único desta dimensão, no mundo, que não é abastecido por oleoduto", num aspeto crítico que gera o "caos" a que temos assistido.
"É algo em que podia haver ação já, imediata, mas estamos há 11 anos, desde a última crise deste tipo, a pensar que temos de fazer alguma coisa", conclui.
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