A presidente da Fundação Champalimaud e conselheira de Estado defendeu, a noite passada, que há motivos para a troika olhar para Portugal como um país responsável que merece ser recompensado.
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À margem da Universidade de Verão do PSD, que decorre em Castelo de Vide, Leonor Beleza reconheceu os grandes sacrifícios que estão a ser pedidos aos portugueses mas elogiou, o que diz ser, a sensibilidade social do Governo.
«Tenho a certeza de que aqueles que nos governam têm a consciência aguda de verificar em todo o momento se os limites estão ou não estão a ser atingidos e se a repartição de sacrifícios por todos é razoável. Tem de estar presente na cabeça de todos», sublinhou.
Mas a sensibilidade e vigilância não fazem milagres, por isso «é vital para o nosso país demonstrar a capacidade de voltar a uma situação normal e sei que o nível para além daquilo que é costume, do ponto vista da angariação dos recursos, tem de existir neste momento», acrescentou.
Sobre a quinta avaliação da troika, que está em curso, Leonor Beleza afirmou que «a razoabilidade do esforço que está a ser feito pelos portugueses está a ser reconhecida nos meios onde precisamos como de pão para a boca, literalmente, que isso aconteça».
A conselheira de Estado considerou que a única forma de lá chegar é equilibrando a precepção externa do que o país está a fazer com a medida exata do esforço de todos os portugueses.
«Este equilíbrio é muito complicado e no momento como este é particularmente importante. Não podemos olhar para a troika como umas criaturas que não têm nada a fazer e vêm de fora para nos impor coisas. Eles representam os nossos credores e, portanto, precisamos que eles reconheçam que estamos a fazer o nosso papel e que merecemos que nos olhem nessa exata situação, que os portugueses estão a fazer um esforço enorme», frisou.