No encerramento da Universidade de Verão do PSD, Passos Coelho apontou o dia 4 de outubro como uma data decisiva e apelou ao voto de todos os portugueses, incluindo os de centro-esquerda, lembrando que cada eleitor não vai fazer uma escolha partidária mas uma escolha sobre o futuro da sociedade portuguesa.
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Pedro Passos Coelho defendeu, este domingo, que Portugal mudou e é um erro grave voltar para trás. No encerramento da Universidade de Verão do PSD, o líder do partido fez um diagnóstico do passado e criticou quem protege os maus negócios por amizade.
"Não podemos canalizar o financiamento para proteger os mau negócios, apenas porque temos lá gente amiga ou mais conhecida", disse o líder social-democrata, acrescentando que "não é para isso que existem os bancos, nem os governos, não é para trazerem os amigos. É para trazer as pessoas que são competentes, para apostar nos projetos que são viáveis e que geram emprego".
Passos Coelho diz que "esta transformação gradual" tem vindo a acontecer no país. Por isso mesmo, o líder do PSD sublinha que o que está causa nas eleições de outubro é uma escolha sobre o futuro e não uma "escolha partidária".
"A escolha que vamos ter em outubro não é uma escolha partidária, não é uma escolha do interesse pessoal de cada eleitor, é uma escolha sobre o futuro de toda a sociedade portuguesa", afirmou o presidente social-democrata, no encerramento da Universidade de Verão do PSD, que decorreu ao longo da semana em Castelo de Vide.
Sublinhando querer falar "com todos, independentemente das barreiras ideológicas", Passos Coelho admitiu que Portugal é hoje um país "profundamente desigual", defendendo a necessidade de "colocar o combate às desigualdades sociais e económicas no topo da agenda política nos próximos anos".
Num discurso sem qualquer referência direta ao PS ou ao secretário-geral socialista, António Costa, o também primeiro-ministro vincou a necessidade de não existir uma "visão estritamente partidária do mandato", argumentando que um executivo não governa apenas para quem votou nele, mas para todos.
Num 'piscar de olhos' à esquerda e aos indecisos, Passos Coelho assegurou que a coligação PSD/CDS-PP está aberta a todos que não sendo de nenhum dos dois partidos "acham que o mundo não é a preto e branco" e que o que está em causa para futuro "não são convicções ideológicas, nem dogmatismo partidários, são coisas muito concretas".
Insistindo na necessidade de não reduzir a política a "nós e eles" e às "trincheiras daqueles que governam apenas para certos grupos", Passos Coelho defendeu que a coligação ter de funcionar do ponto de vista social para todos os portugueses.