
Mário Soares
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Numa conferência, Mário Soares diz que Portugal não pode obedecer cegamente às ordens da troika e disse acreditar em resultados positivos da próxima cimeira europeia.
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Mário Soares mostrou-se contra a ideia de que Portugal se continue a portar como um «criado de uma troika que não sabemos de onde vem» e sublinhou que o país não deve obedecer cegamente às ideias do FMI, BCE e União Europeia.
«Quando era primeiro-ministro tive o azar de receber duas vezes o FMI e veio cá uma senhora que nunca deu uma conferência de imprensa, nunca falou directamente no nome de Portugal e nunca disse nada o que dissemos que ela podia dizer», recordou.
Numa conferência em Coimbra na quinta-feira, o também ex-Presidente da República classificou ainda como inaceitável o modo como o Governo está a tratar sindicatos e militares «de uma forma que começam a dizer que 'nós estamos contra'».
«Quando os militares todos fardados e não fardados começam a manifestar-se nas ruas é preciso abrir os olhos. Quando se manifestarem a sério será que é a troika que nos vem defender?», perguntou.
Apesar de reconhecer a situação crítica em que Portugal e a Europa se encontram, Soares está confiante nos resultados da cimeira europeia de segunda-feira, caso esta «não seja igual às outras, de onde não saia nada e tudo fique na mesma».
Caso tudo fique na mesma, este fundador do PS diz que Portugal tem de reagir e têm de se habituar a não dizer mal apenas no café, fazendo algo de concreto.