Há vários sinais positivos que apontam para essa hipótese. Há mais de seis meses que o país não tinha dois óbitos num dia.
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Com a tendência de descida nas últimas semanas, em breve Portugal pode ter pelo menos alguns dias sem registo de qualquer morte por Covid-19.
A previsão é de Carlos Antunes, perito da equipa da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa que tem colaborado com as autoridades de saúde para perceber o andamento da pandemia.
O número de óbitos por Covid-19 tem sofrido oscilações, mas os números das últimas semanas revelam uma tendência de progressiva diminuição.
É natural que nos próximos dias possam existir números nulos de óbitos.
Esta terça-feira chegaram a um novo mínimo que não se via há mais de meio ano - desde 6 de setembro -, com dois mortos em 24 horas.
"A variação diária da taxa média é negativa, com quedas a rondar os 6-7% diários, pelo que é natural que nos próximos dias possam existir números nulos de óbitos", detalha o especialista em declarações à TSF.
A diminuição de camas de cuidados intensivos ocupadas com doentes Covid é outro indicador positivo, tal como o avanço da vacinação nos grupos de maior risco acima dos 80 anos, o que leva a prever que o número de óbitos mantenha a trajetória descendente.
Por outro lado, a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) continuam a revelar um índice de transmissão abaixo de 1 (0,94), mas Carlos Antunes explica que esse cálculo é feito pelas autoridades oficiais com cerca de uma semana de atraso.
É quase certo que o chamado Rt já esteja há dias em 1, mas isso não é preocupante pois o número diário de novos casos é atualmente muito baixo, com sinais positivos que também se notam, inclusive, no mapa de Portugal com escassos concelhos com uma incidência elevada (acima de 120 novos diagnósticos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias).
Mesmo que o Rt fique um pouco acima de 1 durante algum tempo, isso não será grave, segundo Carlos Antunes, pois o número de novos casos de Covid-19 é muito baixo e vai demorar bem mais tempo a que essa incidência dispare para valores preocupantes.