Portugal diagnosticou, em 2012, 2.480 casos de tuberculose, incluindo casos novos e retratamentos, segundo o relatório do Programa Nacional de Luta Contra a Tuberculose.
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Os dados provisórios da Direção-Geral da saúde (DGS) referem que a incidência de tuberculose foi de 2.286, ou seja, 21,6 casos por 100 mil habitantes, dos quais 1.901 são nacionais e 385 estrangeiros.
«Estes dados representam um decréscimo relativamente à taxa de incidência definitiva em 2011 (23/100.000 habitantes) de 6,1%», sublinha, acrescentando que, «apesar de se continuar a assistir a uma diminuição constante da taxa de incidência, Portugal continua a ser um país de incidência intermédia - o único da Europa Ocidental».
Na grande maioria, os casos de doença foram detetados por rastreio passivo (88,64%).
Segundo o relatório, publicado no site da DGS, ao longo dos últimos anos, tem vindo a assistir-se ao desaparecimento das regiões de alta incidência (cerca de 50 casos/100 000 habitantes).
Contudo, Viana do Castelo, Porto, Lisboa e Setúbal apresentam uma incidência intermédia de tuberculose (mais de 20 casos/100.000 e menos de 50 casos/100.000 habitantes
Dos 2.480 casos de tuberculose registados, 1.613 (65%) eram homens, e o grupo etário mais atingido situa-se entre os 35-44 anos.
A tuberculose em estrangeiros representou cerca de 15,6% do total de casos em Portugal, uma proporção que se tem mantido constante.
A infeção por vírus de imunodeficiência humana é um fator de risco conhecido para tuberculose ativa, preconizando-se que todo os doentes com tuberculose seja testados para o VIH.
Em 2010, o teste foi efetuado em 85% dos doentes com tuberculose e em 2011 em 81,44%. «Ainda não é possível ter os dados definitivos de 2012, mas parece haver uma tendência para diminuir a cobertura do teste VIH nestes doentes», adverte o documento.
Em 2011, conhecia-se a serologia para o VIH em 81,44% dos doentes, sendo positiva em 14,55% dos casos.
Em 2012, 11,11% dos doentes falecidos durante o tratamento por tuberculose estavam infetados por VIH.
No ano passado, foram notificados 65 casos de tuberculose em reclusos, o que traduz «uma subida acentuada relativamente aos anos anteriores».
Já a proporção de utilizadores de drogas entre os doentes com tuberculose tem vindo a diminuir nos últimos anos.
Em Portugal, o número de novos casos de tuberculose multirresistente tem vindo a diminuir e, em dezembro de 2012, a sua incidência era de 14 casos, 20% dos quais com critérios de XDR (tuberculose extensivamente resistente), representando 0,56% dos casos, «o que traduz uma diminuição significativa relativamente aos anos anteriores».
No ano passado, 117 pessoas morreram durante o tratamento de tuberculose, correspondendo a 4,72% dos doentes notificados, com uma idade média de 66 anos.
Cerca de 20,5% dos doentes falecidos tinham dependência de álcool, 16,2% eram utilizadores de drogas e 11,1% estavam infetados por VIH.