Estudo coloca Portugal entre os países de maior risco e avança que, a nível global, 740 mil pessoas tiveram cancro em 2020 por causa do consumo de bebidas alcoólicas.
Corpo do artigo
Portugal registou, em 2020, 3500 cancros que podem ser atribuídos ao consumo de álcool. É uma estimativa de um estudo global divulgado esta quarta-feira pela revista médica britânica Lancet.
O estudo coloca Portugal entre os países de maior risco e avança que, a nível global, 740 mil pessoas tiveram cancro em 2020 por causa do consumo de bebidas alcoólicas. A ligação não tem sido muito divulgada, é preciso estudar mais, mas os autores deste relatório, que usou dados dos últimos dez anos, não têm dúvidas de que há uma ligação direta entre o consumo de álcool e alguns tipos de cancro, sobretudo do esófago, fígado e cancro da mama feminino. Apesar de menos forte, também há uma relação com o cancro da boca e colo retal.
Portugal surge no documento na principal zona de risco, com uma taxa acima dos 4,5% de todos os cancros associados a bebidas alcoólicas e em 2020 calcula-se que tenham surgido desta ligação 3500 dos cancros registados no país - 2700 casos em homens e 880 entre as mulheres.
13929372
Os especialistas explicam que a relação não é imediata no caso dos cancros do esófago, boca, cólon e reto. O intervalo entre o consumo de álcool e a doença é de, em média, uma década. Já no caso do cancro da laringe e do fígado, esse período cai para cerca de oito anos.
Também não há mínimos seguros, ou seja, o estudo mostra que há também tumores malignos associados ao álcool entre pessoas que bebem pouco.