O potencial de crescimento da procura por residências seniores é elevado, tendo em conta a quase duplicação do índice de dependência e o facto de Portugal ser já hoje o terceiro país da Europa com maior peso da população idosa.
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O aumento dos atuais 2,3 milhões para 3,3 milhões de idosos em 2050 vai fazer com que Portugal necessite de mais 55 mil camas em residências seniores, segundo um estudo da consultora CBRE divulgado esta terça-feira.
O número de novas camas que a CBRE estima serem necessárias para dar resposta ao crescimento da população sénior corresponde a metade da oferta que existe atualmente, o que abre espaço para que o investimento neste setor aumente.
Segundo o estudo, 1,4 milhões de pessoas residentes em Portugal terão mais de 80 anos em 2050, altura em que o índice de dependência (número de pessoas idosas por cada pessoa em idade ativa) deverá ascender a 67%, contra os atuais 35%.
O retrato atual sobre a oferta de estruturas residenciais para pessoas idosas (ERPI), reguladas pela Segurança Social, indica que existem 2512 com um total de 100.500 camas a que se somam 390 unidades reguladas pelos Serviço Nacional de Saúde com dez mil camas. Daquele total de camas em ERPI, apenas um quarto (23.200) são privadas.
Para a CBRE, o potencial de crescimento da procura por residências seniores é elevado, tendo em conta a quase duplicação do índice de dependência e o facto de Portugal ser já hoje o terceiro país da Europa com maior peso da população idosa.
E apesar de referir que o "elevado preço das residências seniores tem sido um dos entraves ao crescimento da oferta", considera que "a população está mais consciente e começa a criar complementos à reforma".
Segundo o estudo, o preço base médio numa residência privada com uma gestão profissionalizada é de aproximadamente 1200 euros, "valor que representa um custo muito elevado face ao valor médio das pensões de reforma, que é de 5811 euros/ano, ou seja, 484,25 euros/ mês, em Portugal".
Apontando que a oferta residencial destinada à população sénior é ainda "escassa e pouco qualificada", a mesma análise refere que estão a surgir novos operadores no mercado e antecipa que o investimento nesta área vai aumentar nos próximos anos, sobretudo através de contratos de 'forward-purchase' e 'forward finance', onde o investidor acorda a aquisição do imóvel antes do mesmo se encontrar concluído.