Os sacos ultraleves podem sair do mercado sem problema e os portugueses aceitam receber apenas dois cêntimos para entregarem garrafas de plástico.
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Apenas dois cêntimos; é este o valor pelo qual os consumidores estão dispostos a levar as garrafas de plástico aos supermercados para que estas embalagens tenham uma linha dedicada de reciclagem.
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A pergunta foi feita no segundo Barómetro Marktest Novo Verde, divulgado esta quarta-feira, dia Mundial do Ambiente, e a resposta foi esmagadora.
De acordo com o estudo "a grande maioria dos inquiridos que tem por hábito comprar bebidas em embalagens de plástico não reutilizável e que tenciona devolver as embalagens (cerca de 95,0%) estaria disponível para entregar as suas garrafas de bebidas não reutilizáveis por 2 cêntimos por cada embalagem".
Para o presidente da Novo Verde, Ricardo Neto, este "é um bom sinal porque mostra uma predisposição do consumidor para entregar as garrafas o que significa que em 2020/2022, mantendo-se a tendência, o sistema de depósito poderá vir a ser um sucesso no nosso país". Para já o sistema de depósito vai avançar em alguns locais piloto.
O Barómetro demonstra ainda que em três meses o plástico passou a ser o terceiro material mais reciclado em Portugal. O plástico perdeu o segundo lugar para o contentor azul do papel e cartão.
O presidente da Novo Verde, Ricardo Neto, vê aqui uma "redução do hábito da compra de bebidas em embalagens de plástico não reutilizável".
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Nesta "guerra" ao plástico a consciência dos consumidores está totalmente comprometida. Cerca de 91% dos inquiridos concorda com a proibição dos sacos de plástico ultraleves.
O Barómetro revela que a grande maioria dos Portugueses defende o fim dos sacos usados nos supermercados para colocar as frutas e legumes.
O presidente da Novo Verde, Ricardo Neto, não contava com uma percentagem tão esmagadora e ficou "surpreendido".
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Mas, se é dominante a consciência ambiental dos portugueses ainda há 11% de inquiridos que não faz a reciclagem e utiliza diferentes argumentos para o não fazer.
Metade dos não recicladores argumenta com a "falta de hábito" e 40% afirma que não tem ecoponto perto de casa. Assim, "a disponibilização de caixotes para fazer a separação de Resíduos em casa continua a ser o principal incentivo à implementação deste hábito", conclui o Barómetro Marktest Novo Verde.
Ficha Técnica
O estudo "Hábitos e Atitudes dos Portugueses face à reciclagem de Resíduos" tem como objetivo recolher informação junto da população portuguesa relativa aos seus hábitos de reciclagem o que pensam, o que fazem, se fazem, que preocupações têm e que barreiras apontam à reciclagem de resíduos. Esta informação irá ser recolhida trimestralmente visando a criação de observatório de Hábitos e Atitudes dos Portugueses.
O universo é constituído por indivíduos de ambos os géneros, entre os 15 e os 64 anos, residentes em Portugal Continental.
A amostra desta vaga é de 850 entrevistas, distribuídas de forma proporcional ao universo em estudo, considerando as variáveis sexo, idade e região.
A margem de erro máxima para o total da amostra de 850 entrevistas, para um grau de confiança a 95 é de cerca 3,36 pontos percentuais.
A recolha de informação decorreu entre os dias 12 e 20 de Maio de 2019.
Na fase de tratamento de dados, os resultados foram objeto de ponderação.