Portugueses concordam com Ucrânia na UE, mas redução da dívida (e não a Defesa) deve ser prioridade
A sondagem da Aximage, para TSF-JN-DN, mostra que os portugueses apoiam a adesão da Ucrânia, mas objetivos nacionais devem ser a prioridade.
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Depois da atribuição à Ucrânia do estatuto de candidato à União Europeia (UE), apesar das "dúvidas" de António Costa, a sondagem da Aximage, para a TSF, DN e JN, mostra que a maioria dos portugueses apoia a posição dos membros europeus. Mas apesar do apoio à Ucrânia, as prioridades nacionais parecem ganhar vantagem com a prioridade da "redução da dívida" e não o aumento do orçamento para a Defesa.
A sondagem mostra que 65 por cento dos inquiridos apoia a atribuição à Ucrânia do estatuto de candidato, com apenas 11 por cento a discordar. Das pessoas que responderam ao inquérito, há ainda 68 por cento que acreditam que o país de Zelensky vai fazer parte da UE.
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Sobre a posição do Governo, que assume como prioridade a redução a dívida pública e não o aumento do orçamento para a Defesa, 57 por cento concordam com a decisão de António Costa (21 por cento "concordam totalmente," e 36 por cento "concorda").
Por outro lado, 15 por cento discordam com as prioridades do Governo, mas apenas três por cento "discorda totalmente".
Portugueses pedem mais medidas para enfrentar crise
Por outro lado, 88 por cento dos inquiridos defendem mais medidas para fazer frente à crise, já que, nesta altura, há mais portugueses que sentem o impacto da guerra. O número subiu oito pontos percentuais, de 82 para 90 por cento.
A maioria sente que "o poder de compra diminuiu" (65 por cento), e admite que "deixou de comprar alguns produtos e bens" (20 por cento).
Dos inquiridos que consideram ser necessárias novas medidas para atenuar os efeitos da crise, 63 por cento pedem a limitação dos preços da energia, 62 por cento dos bens essenciais, assim como a redução dos impostos (63 por cento).
Questionados sobre a resposta do Governo à crise, a nota continua negativa, mas com uma diminuição de dois pontos percentuais: de 46 por cento em junho para 44 por cento em julho.
Guerra dura "mais do que um ano" e a Rússia é a "principal responsável"
Quanto ao envio de tropas para a Ucrânia, se a situação evoluir para um envolvimento direto da NATO, 51 por cento dos inquiridos concordam com o envio de tropas portuguesas. A NATO vai aumentar o número de militares preparados para entrar em combate, passando de 40 mil para 300 mil, e a decisão merece nota positiva dos inquiridos: 65 por cento concordam e 13 por cento discordam.
Há ainda 57 por cento de inquiridos que concordam com o "envolvimento de Portugal" no reforço, e apenas 20 por cento que "discorda".
Sobre a decisão de não enviar tropas para terreno ucraniano, com a justificação de que a NATO "é uma força defensiva", há um ligeiro aumento dos inquiridos que concordam: subiu de 56 por cento em maio para 60 por cento em julho.
A maior parte dos inquiridos entende ainda que, no futuro, a Ucrânia vai ceder terreno à Rússia (23 por cento). Por outro lado, 17 por cento acreditam no fim do conflito "por via de um acordo de paz", e 16 por cento respondem que "a Ucrânia e os aliados vão vencer".
A guerra vai "durar mais de um ano" para 47 por cento, um número que aumentou oito pontos percentuais em relação a maio, e 22 por cento dos inquiridos dizem que o conflito vai permanecer ativo, pelo menos, seis meses.
Questionados sobre "o principal responsável" pela guerra no leste da Europa, 77 por cento dizem que "a culpa" é da Rússia.
Ficha técnica
A sondagem foi realizada pela Aximage para a TSF, JN e DN com o objetivo de avaliar a opinião dos Portugueses sobre temas relacionados com a guerra na Ucrânia. O trabalho de campo decorreu entre os dias 5 e 10 de julho. Foram recolhidas 810 entrevistas entre maiores de dezoito anos residentes em Portugal. Foi feita uma amostragem por quotas, com sexo, idade e região, a partir do universo conhecido, reequilibrada por sexo e escolaridade.
À amostra de entrevistas, corresponde um grau de confiança de 95% com uma margem de erro de 3,45%. A responsabilidade do estudo é da Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.